As roupas que vestiram as gerações de nossos avós não costumavam ser produzidas em fábricas asiáticas. Longe da produção em larga escala, a "moda" era conduzida de forma artesanal, quase sempre dentro das próprias casas ou, no máximo, contando com o trabalho precioso de costureiras e alfaiates. 

O mundo mudou e os processos de produção de vestuário acompanharam o ritmo vertiginoso da indústria, com linhas de montagem que obedecem ao mercado e não necessariamente às ideias dos criadores de moda.

Na noite desta quinta-feira (19), a exposição "Renda-se Profundamente", foi aberta no Maceió Shopping e segue até o próximo dia 31, com visitação gratuita. Mais do que reunir grandes talentos, entre estilistas e estudantes, a curadoria da jornalista e produtora executiva, Alina Amaral, propõe outros olhares para a cadeia produtiva da moda. 

"Há um mês, quando realizamos a primeira etapa do Projeto Renda-se, edição 2023, celebramos a arte e a cultura do nosso estado, através de um desfile que já entrou para a história. Nós provocamos estilistas profissionais e estudantes de moda a lançarem um olhar generoso sobre a ancestralidade alagoana, tendo o artesanato e, mais especificamente o Filé, como catalisador dessa imersão", afirma.

O Projeto Renda-se, realizado pela Ponto de Produção com patrocínio do Magazine Luiza e apoio cultural do Sebrae Alagoas e do Maceió Shopping, tem o objetivo de valorizar a arte, a cultura e a moda alagoana.

"O evento já está em sua terceira edição, gerando emprego e renda, mobilizando produtores, cenógrafos, iluminadores, costureiras, rendeiras, além dos modelos e estilistas que formam a cadeia criativa da moda”, resume Fábio Elias Costa, responsável pela área de patrocínios do Magazine Luiza.

A moda autoral, segundo os especialistas, é todo trabalho acompanhado de perto pelos criadores, que estão atentos ao processo de produção do começo ao fim, desde a seleção dos tecidos da coleção até a finalização da peça e não apenas ao design. 

A edição de 2023 do Projeto Renda-se elegeu o bordado têxtil filé como "artesanato relevante para valorizar Alagoas, resgatar as histórias e memórias do seu povo, incentivar a criatividade e inovação, contribuir para democratizar o acesso ao fazer criativo e dar visibilidade aos produtos feitos à mão". 

O desfile deste ano aconteceu no dia 21 de setembro, no Espaço Armazém e também está disponível no Youtube. Na passarela, 105 looks criados por 5 estudantes de moda e 10 estilistas profissionais. O projeto também estabeleceu premiação para o destaque nas duas categorias. A estudante Lu Balestero recebeu o prêmio na categoria estudante e Rejane Pimentel, na categoria estilista profissional.

“O projeto, tanto no formato desfile quanto na exposição,  se coloca como agente catalisador, realizador e grande elemento fortalecedor do DNA de um estado tão criativo como Alagoas. A exposição é uma mostra importante do que passou pela passarela do projeto este ano”, garante Alina Amaral.