O projeto Creche Segura capacitou, entre dezembro de 2022, quando foi criado até agosto deste ano, 1.290 profissionais que atuam com educação infantil, com noções de primeiros socorros. O projeto cumpre o que determina a Lei Lucas (Lei Federal 13.722/2018), que torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil.

A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria da Primeira Infância (Cria), em parceria com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBM). 

Todas as 43 creches Cria entregues aos municípios pelo Governo de Alagoas já passaram pela capacitação. Em cada unidade, 30 profissionais que exercem funções distintas fazem o curso. A carga horária corresponde a 6 horas/aula, sendo uma parte teórica e outra prática, sobre noções básicas de primeiros socorros em situações como parada cardiorrespiratória em pediatria (aplicação do BLS); obstrução de vias aéreas por corpo estranho (Ovace – técnicas de desengasgo); crises convulsivas; hemorragias externas, sangramento nasal e de ouvido; fratura e suas imobilizações; queimaduras e choques elétricos. Cada participante recebe o certificado do curso.

De acordo com a gerente de saúde do Cria, Caroline Leite, além das creches Cria, outras unidades de educação básica estão recebendo o projeto. Segundo ela, nove foram atendidas, o que totaliza um alcance do projeto de 1.560 profissionais capacitados para atuarem em caso de acidente.

O conteúdo programático aplicado é o mesmo pelo Samu e o CB. O projeto começou sendo executado apenas pelo Samu. O convênio com o CB possibilitou que, além das creches Cria, outras unidades de educação passassem a ser contempladas com as orientações.

 

Lei Lucas

 

A lei ganhou esse nome em homenagem ao menino Lucas Begalli, que morreu engasgado em uma excursão escolar. As professoras que acompanhavam os alunos não sabiam como agir. Lucas veio a óbito. A tragédia levou a família de Lucas a iniciar uma luta para proteger outras crianças. A iniciativa resultou na aprovação da lei no Congresso Nacional.

Para o médico do Samu que atua no treinamento, Jordiran Valeriano Soares, entre os pontos mais importantes da capacitação estão as técnicas de desengasgamento e parada cardiorrespiratória. “É muito frequente crianças se engasgarem com alguns alimentos, brinquedos e é sempre uma situação difícil. Outro ponto importante é a parada respiratória. As chances de sobrevivência dessa criança ou adolescentes, quando recebem os primeiros socorros, são altas, pois o Samu chegará a tempo de dar seguimento às medidas iniciadas previamente”, explicou.

*Com Assessoria