O senador Renan Calheiros (MDB) não anda muito satisfeito com os caminhos dos vereadores emedebistas por Maceió.

Bem, Calheiros – enquanto presidente estadual (ou “mandachuva”, “emedebista-mor”, o “grande enxadrista”; como queiram..., do MDB local) – tem todo o direito. Afinal, na conjuntura da política alagoana, o partido de Calheiros está no campo oposto ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), e busca – de todas as formas – lançar um postulante ao Executivo municipal.

De fato, não faz sentido que a bancada emedebista seja o contrário disso. O que ele fez foi buscar a solução fora do partido e empurrar o vereador Zé Márcio (MDB) como novo líder da bancada, mas para liderar é preciso ter liderados... e, nessa altura do campeonato, com articulações para eleições batendo à porta, é cada um por si...

Nesse sentido, não se pode tirar uma parcela da razão de Renan Calheiros, quando ele – tão acostumado a ter o controle do tapetão e do xadrez – observa peças caras ao MDB de Maceió cada vez mais alinhadas a JHC.

É o caso, por exemplo, da liderança do prefeito dentro da Casa de Mário Guimarães, que é exercida por um emedebista: o vereador Chico Filho, que – por sinal – tem cumprido o seu papel. Já o presidente da Casa, o vereador Galba Netto (MDB), busca até a possibilidade de ser o vice de JHC na disputa municipal futura, evidentemente que por outro partido.

Mas, em seus “rompantes de cacique” – como coloca a jornalista Vanessa Alencar em seu blog – o “alquimista” Renan Calheiros, aquele que transforma circunstâncias em oportunidades, tem ensaiado uma narrativa: os vereadores de Maceió do MDB andam aderindo ao “bolsonarismo”.

Isto, talvez, pelo fato do prefeito JHC ser do PL: o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. É uma lógica infantil a de Calheiros, pois a exemplo de muitos de seus aliados, assim como de muitos de seus adversários, se há um “ismo” que os resume é o fisiologismo. A questão é o mandato dos próprios vereadores, Calheiros. Ora, Calheiros; ora, Calheiros...e tu não sabes?

Claro que sabe!

Boa parte dos vereadores, e Renan Calheiros é inteligente o suficiente para entender disso, buscam as melhores condições para as suas próprias eleições. Isso significa espaço dentro das “máquinas públicas” e posição dentro da matemática eleitoral, com olho na janela partidária, posicionando-se – desta forma – onde for, em tese, mais fácil de se ter os votos necessários a renovar o mandato.

Entre os membros da bancada do MDB na Câmara Municipal – quando se observa um a um – o que menos há é “bolsonarismo” ali. Calheiros quer uma narrativa e apenas isso. O problema é quando o sujeito é tão inteligente, mas tão inteligente, que acha que todo mundo é besta...