A história da empresária Luciana Albuquerque é inspiradora para todos que sonham em abrir o próprio negócio. Dona de um buffet em Maceió, ela começou sua trajetória como Microempreendedora Individual (MEI) e hoje migrou para Microempresa (ME ), em apenas dois anos. Segundo ela, O Sebrae a profissionalizou como gestora e deu identidade ao seu trabalho, que a fez sair do amadorismo. A partir da formalização, treinamento e orientações do Sebrae, Luciana passou a ter acesso a crédito, a comprar com mais qualidade e conhecimento e a fornecer com padrão profissional.

Em pouco tempo como MEI, ela viu seu negócio praticamente quadriplicar o faturamento. Luciana e o marido abriram em 2014, no bairro da Gruta, parte alta da cidade, uma galeteria. Eles vendiam seus produtos por delivery ou entregam na loja e até ofereciam, lá mesmo, pequenas refeições. Era ela quem cuidava da cozinha e seu tempero conquistou, de imediato, uma clientela fiel. Tanto, que, vez ou outra, algum cliente lhe pedia para fazer um jantar ou um almoço em sua casa, e ela iniciou, quase que automaticamente, um novo tipo de negócio.

Mas só em 2018, quando preparou e organizou a festa de 15 anos de sua filha, e onde duas das suas convidadas estavam com casamento marcado e lhe contrataram para cuidar do cardápio nessas celebrações. Foi quando Luciana percebeu que poderia arriscar de fato no ramo de buffet. Fez os dois casamentos e a partir daí não parou mais de receber encomendas. “Peguei gosto”, confessa, e conta que deixou a sociedade com o marido, na Galeteria São Luiz, para se dedicar exclusivamente ao novo empreendimento.

Ela então decidiu se capacitar. Fez cursos em Recife e São Paulo, entrou para a faculdade de Gastronomia, virou chef e buscou, em 2020, na formalização como MEI e no Sebrae, qualificação de seu trabalho. Como toda e qualquer empresa de comércio, a sua também foi afetada pela pandemia, mas Luciana não desistiu. “O buffet virou um sonho e eu não abri mão dele”, destaca.

No ano passado, o mercado de festas voltou a abrir e Luciana diz que foi amplamente beneficiada por essa abertura. “Foram muitas festas, muitos casamentos, reuniões de trabalho, todo mundo querendo comemorar a vida em cada data festiva”, acrescenta. “Meu faturamento aumentou e eu precisei migrar para ME”, informa a empreendedora, que planeja agora consolidar seu buffet nas cidades mais procuradas por alagoanos e turistas para realização de casamentos e outras celebrações, como São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. “É o point”, justifica.

Para Luciana Albuquerque, todas essas conquistas desde a formalização, tem o Sebrae como base. “O Sebrae me despertou para a importância da qualificação, me proporcionou consultorias, é uma escola de empreendedorismo, é a casa do empreendedor, nos faz enxergar além da nossa bolha. Quem quer se firmar como empreendedor não pode, jamais, ficar longe do Sebrae”, reforça.

Formalização

Em agosto de 2022, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontavam que a taxa de informalidade em Alagoas chegou a 45,2% no segundo trimestre, acima da taxa nacional de 40% e no 15º lugar nacional. Ou seja, 538 mil alagoanos trabalhavam de forma informal, sem nenhuma garantia trabalhista. Nesse mesmo ano, a Junta Comercial do estado registrou 27.712 inscrições de microempreendedores individuais (MEIs) e, em maio de 2023, desse total, 12.439 estão no ramo alimentício, numa cadeia produtiva que recebe capacitação e incentivo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), são 5.356 lanchonetes, casas de chá e similares; 3.842 restaurantes e equivalentes, e 3.241 serviços ambulantes de alimentação. O MEI é um negócio com renda bruta máxima de até R$ 81 mil ao ano e sem participação em outro empreendimento, e que garante, na formalização, benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, salário maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão.

O MEI também tem a vantagem de participar de licitações públicas. Ou seja, fornecer bens ou serviços para os órgãos públicos, o que gera uma infinidade de possibilidades para o microempreendedor.