Governo Dantas cita reajustes do passado para justificar o “não-aumento” ao servidor em 2023

01/06/2023 13:24 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Por meio da comunicação oficial (Agência Alagoas), a gestão do governador Paulo Dantas (MDB) vai buscando formas de lidar com a repercussão negativa de ter anunciado, no dia 30, que nesse ano o reajuste para o servidor público será “zero”. 

 

O governo já justificou a queda de arrecadação do ICMS, diante da frustração de receita advinda da lei federal que impactou nos combustíveis, mesmo diante do fato de que houve maior volume de recursos, como chegou a anunciar o ex-secretário da Fazenda, George Santoro, na época. 

 

Agora, as vozes oficiais do governo, destacam que, em 2022, a economia nacional registrou uma queda de 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB) e que “na contramão desse desaceleramento, o governo de Alagoas conseguiu, nesse mesmo ano, reajustar em 10,06% o salário dos servidores públicos”.

 

Ao relembrar essas informações, a gestão de Paulo Dantas ainda relaciona os reajustes dados entre 2018 e 2022, envolvendo – portanto – as gestões do ex-governador e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). De acordo com o governo estadual, somando os reajustes, entre 2018 e 2022, o percentual foi de 17,53%. 

 

“O número é quase nove vezes maior, comparado ao dos servidores federais que, após sete anos de congelamento salarial, ganharam o percentual de 9% de ajuste, apenas em 2023 com o governo Lula”, coloca o texto oficial.

 

O governo estadual ainda traz a comparação com a Prefeitura de Maceió – comandada por um adversário político do MDB, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL):   “Com relação ao município de Maceió - a quinta capital mais populosa do Nordeste -, os servidores estaduais também saíram em vantagem, com 1,5% a mais de reajuste salarial no período, comparado aos servidores municipais”.

 

O Executivo ainda explica que o aumento concedido em 2022, de 10,6%, causou um impacto mensal de aproximadamente R$ 75 milhões nos cofres públicos.  “Foi um trabalho que gerou impacto na folha de pagamento, mas que foi muito importante para a estruturação das carreiras. Hoje, Alagoas tem cinco carreiras entre as mais valorizadas do país. A reestruturação foi um projeto de valorização do servidor e que deixou um grande legado”, lembra o secretário de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Gabriel Albino.

 

“Atrelado ao último aumento de 10,06%, o Governo de Alagoas reestruturou, em março do ano passado, 24 carreiras. O projeto beneficiou servidores do funcionalismo público estadual nos níveis elementar, médio e superior, com o objetivo de valorizar o trabalhador ao diminuir distorções salariais. Conforme os dados da Secretaria do Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), as carreiras que tiveram maiores impactos salariais com a reestruturação foram: Bombeiro Militar, Auditor Fiscal, Polícia Civil, Delegado, Professores e servidores da Sesau”, complementa o governo estadual.

 

Resta saber se, diante do que o governo vem despejando de informação sobre seus feitos anteriores, encontrará compreensão nos servidores públicos estaduais quanto às decisões do agora que impactarão no futuro…

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