Confesso que me surpreendi com a decisão do STF, condenando Collor por corrupção.
A surpresa não se deve ao fato de o ex-senador ser inocente, hipótese que a maioria dos ministros do Supremo já descartou.
A questão: são vários os envolvidos na mesma Lava-jato que o STF vem inocentando e até anulando os processos que sobreviveram.
Fato é, para mim, que ao contrário dos notórios personagens que ostentam fortunas de origem desconhecida (?), Collor fez da soberba e da prepotência o seu modo de agir – como se fosse, pela sua condição natural de realeza, inimputável.
Não é, diz a maioria dos ministros.
O ex-presidente esqueceu uma máxima que eu ouço, insistentemente, de um amigo que atua na área do Judiciário: o direito é a arte das boas relações sociais.
Vamos ver o que vai, efetivamente, acontecer com elle. Que o Collor pague, pelo menos, aos trabalhadores das suas empresas - estes, sim, suas vítimas diretas.
A pergunta que fica é: vai valer também para os outros que enriqueceram embolsando o erário?