A saída para manter Marcius Beltrão no governo do Estado, a sua filiação ao PSB, foi bastante interessante. 

Sem traumas e sem arrancar o couro de ninguém, Beltrão e Dantas sorriram para as câmeras.

Calheiros não teve o que queria - a Secretaria de Educação para a sua turma -, mas também não poderá protestar contra a fórmula encontrada. 

Quanto à declaração oficial de Beltrão, na grande data, ela carrega muito de mistério ou de ignorância sobre o tema (ou então ele é um grande gozador). 

O secretário de Educação fez uma referência ao PDT, de Lessa, ao se filiar ao partido agora em posse de Paulo Dantas (através da filha), e anunciou o tal “sistema socialista de política”. 

Eis o registrado aqui no CM:

"Como há uma possibilidade muito forte de ter uma federação entre os dois partidos, o PSB tem 14 deputados federais e o PDT tem 17 deputados federais, há uma integração que fortalece consideravelmente o sistema socialista de política".

Vamos ao ponto.

O PSB é um partido que foi fundado por Miguel Arraes com base na ideia do chamado “socialismo democrático”, e hoje vive de mão em mão – até recentemente era de JHC. 

Já o PDT, foi criado por Brizola com o objetivo de retomar o trabalhismo de Getúlio Vargas e de João Goulart, este último derrubado pelo golpe militar de 1964, sendo presidido pelo atrapalhado e folclórico Carlos Lupi.  

As duas legendas se distanciaram, ao longo dos anos, dos seus fundadores, políticos respeitáveis da história do Brasil, perseguidos pela ditadura.

Tudo naturalmente, que se registre, sem traumas.

Mas o tal “sistema socialista de política”, por essas bandas, é uma novidade do novo filiado do PSB de Alagoas. 

Eu diria: é um mistério que Beltrão bem que podia esclarecer: estão “socializando” o quê mesmo?