A jornalista Vanessa Alencar divulgou, em seu blog (aqui no CadaMinuto), os números apresentados pela Strategio sobre a disputa pela Prefeitura de Maceió. 

Todavia, é preciso – ao olhar esses dados – ressaltar, logo de cara, um ponto: o cenário estimulado (quando os eleitores são confrontados com nomes de possíveis candidatos) não se concretizaria nem se as eleições fossem hoje, pois ali são apresentados três emedebistas. O MDB – entretanto – só poderia ter um candidato.

Agora, isso não quer dizer que a pesquisa não leve a reflexões interessantes. Afinal, há sim o que analisar com os dados da Strategio, pois – em primeiro lugar – mostra a dificuldade do MDB de apresentar um candidato competitivo para enfrentar o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), no próximo ano. 

Mas isso não quer dizer que JHC, em que pese ser sim o favorito, não possa ter oposição solida, pois com base na Strategio, 21,56% dos eleitores não sabem ainda em quem votar. É um número expressivo para a oposição. Logo, o tal “passeio” de JHC não é algo tão consolidado assim. E daqui para o dia das urnas há um longo caminho…

Mas, falemos primeiro do MDB. Os números da Strategio servem para emedebistas refletirem sobre a melhor opção a ser construída, pois os três nomes do partido que aparecem na estimulada encontram-se empatados na “margem de erro”, mas sem atingir dois dígitos. São eles, o deputado estadual José Wanderley, com 5,03%; a deputada estadual Cibele Moura, com 2,75% e o deputado federal Rafael Brito, com 2,51%. E aqui se encontra a grande importância da pesquisa para os emedebistas: qual a melhor opção a ser construída diante dos quadros que possui?

O grupo “palaciano” – liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB) e pelo governador Paulo Dantas (MDB) (ou pelos líderes que orbitam em torno dele) – ainda pode pensar na estratégia de disputa, ampliando o número de candidatos em razão da base de sustentação de Dantas. Ou seja: escolher um nome do MDB a ser trabalhado com foco na fatia de eleitores “órfão” de candidatos e, ao mesmo tempo, lançar outras frentes por meio do PSB, PT e outras legendas. 

Por isso, muito provavelmente, outros nomes começam a ser “testados”, como é o caso de Cibele Moura. 

Quanto à candidatura do deputado federal Fábio Costa (Progressistas), é válido frisar: atualemente, diante da aliança política entre JHC e o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), Costa não é canidato. Prevalecendo essa aliança, como é o mais provável, o Progressista estará ao lado do chefe do Executivo municipal da capital alagoana. Para onde iriam esses eleitores? A depender dessa resposta, JHC pode ter tido ganhos políticos reais com a reforma que loteou a Prefeitura de Maceió. Afinal, de uma só tacada eliminou dois potenciais adversários: Fábio Costa e o deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil), cujo nome já nem aparece mais na pesquisa. 

JHC conseguiu dar uma “renanzada” ao tirar adversários de cena anda no tapetão…

Agora, aliança firmada é algo que precisa ser sustentado no tempo. Arthur Lira – o cacique que capitaneou a vinda de aliados para a Prefeitura de Maceió – precisa se sentir contemplado até às vésperas das candidaturas oficiais, o que inclui – no meio do caminho – as discussões sobre o “vice” de JHC na disputa. Não há, portanto, menino bobo nesse jogo. Afinal, a principal bandeira de Arthur Lira é ele mesmo e sua posição no xadrez para as eleições de 2026.

No mais, a Strategio mostra o que outras pesquisas mostraram: JHC lidera com mais de 40%, nesse caso com 44,79%; e o MDB, ao menos em Maceió, segue “patinando” sem ter uma oposição que atinga pelo menos duas casas decimais. Nada de novo no front!

A Strategio é uma pesquisa para ser lida com carinho por emedebistas…