Em entrevista a esse blog, na semana passada, a deputada estadual Cibele Moura (MDB) não escondeu a vontade que possui de concorrer à Prefeitura de Maceió nas eleições do ano que vem. 

Moura mostra aí, na minha humilde visão, um diferencial: assume postura sem tergiversar, ainda que saiba – como ela mesmo coloca – que uma candidatura depende, evidentemente, de uma série de fatores, já que ninguém disputa o Executivo sendo “candidato de si mesmo”. 

A posição de Cibele Moura fez com que seu nome aparecesse na pesquisa mais recente, tanto na “estimulada” (quando são apresentados nomes ao eleitor) quanto na “espontânea”, quando o eleitor cita quem ele bem quiser. 

O percentual alcançado pela emedebista é tímido, distante dos dois dígitos, porém, diante dos possíveis candidatos de seu próprio partido, ela se coloca em “pé-de-igualdade”.

Aí, o leitor pode fazer duas reflexões: 1) aparecer assim é uma vantagem para Cibele Moura ou 2) os nomes do MDB estão todos longes de terem uma competitividade na disputa pela Prefeitura de Maceió. 

O fato, entretanto, é que a sigla que quer comandar a oposição ao prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), precisa sim ter candidatura, independente de qualquer coisa. Afinal, as eleições estaduais futuras passam, necessariamente, também pela disputa municipal de agora. 

Cibele Moura, a que pode surgir como novidade no pleito, esteve – curiosamente – ao lado do prefeito JHC até meados de 2020, assim como ao lado do prefeito já esteve o ex-deputado estadual Davi Maia, por exemplo. 

Agora, Moura não apenas se encontra no MDB como tem feito o movimento político de ser uma referência no campo da oposição. A emedebista vai endurecer ainda mais o discurso, subindo o tom dentro de um projeto político que visa alinhar fatores, na tentativa de consolidar sua candidatura ao Executivo da capital alagoana. 

É legítimo, é do jogo. 

Agora, a deputada do MDB entra na discussão sobre o “patrocínio” da Prefeitura de Maceió à Escola de Samba do Rio de Janeiro Beja-Flor. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Cibele Moura destaca o absurdo dos R$ 8 milhões que serão gastos no Carnaval do Rio de Janeiro para que a capital alagoana seja tema da agremiação, na Sapucaí.

O questionamento de Moura tem suas razões em relação ao mérito, evidentemente. O valor assusta, traz questionamentos justos sobre as prioridades da administração municipal e lembra o já conhecido estilo do “pão e circo” de se fazer política. Desta forma, diante de uma polêmica pulsante e pujante, Cibele Moura aproveitou o momento e cravou pontos que merecem sim ser questionados.

“Você deve ter visto que Maceió será destaque no Carnaval da Beija-Flor, o que você não viu, é que isso custou aos cofres públicos R$ 8 milhões. Pois é, é muito dinheiro. Com R$ 8 milhões, Maceio poderia investir em mais creches. Maceió podia investir em muitas coisas para melhorar a sua vida enquanto cidadão. Infelizmente, não é essa a prioridade. A prioridade continua sendo o Instagram”, diz a deputada.

Eu ouso dizer que concordo com ela, mas eu concordo e ponto! No caso de Cibele Moura, também tem o “ponto”, mas não é o “ponto” sem “nó”…

Quanto ao prefeito, R$ 8 milhões que poderiam ter outro destino, sem dúvida…