Com iniciativa da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), e coordenado pela jornalista Patrícia Guimarães Gil, o livro “Dos nós às contas – Alagoas costura uma nova história”, será lançado nesta sexta-feira (12), no Museu do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, na Rua do Sol, no Centro de Maceió. A obra, que tem o apoio do Governo de Alagoas e da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, conta como a administração pública do Estado conseguiu construir um novo momento de solidez fiscal, possibilitando a implementação de políticas sociais sustentáveis.

Em entrevista ao Cada Minuto, Patrícia Guimarães Gil conta o que lhe motivou a produzir este livro, e em como fazer com que toda a população de Alagoas tenha acesso não só ao conteúdo produzido, mas que também possa se sentir parte do processo histórico do Estado, suas mudanças e os desafios encontrados.

Confira abaixo a entrevista com Patrícia Gil:

Qual a principal motivação para a produção do livro?

"Sou muito atenta aos processos de comunicação de governos e de qualquer âmbito, e eu fico sempre de olho em como está sendo feita essa comunicação pública. E eu vinha notando, por volta de 2019, que o noticiário de Alagoas estava se transformando, trazendo Alagoas para um papel de mais destaque. Assuntos que não estávamos acostumados a fazer parte de Alagoas, como casos de violência, indicadores sociais muito baixos, principalmente os de renda, educacionais. E de um determinado momento para frente, que a gente começa a ver que Alagoas aparece com muito protagonismo nas questões relacionadas às contas públicas.

E isso começou a me intrigar, e eu fui apurar com pessoas que conhecia daqui, e entendi que o processo de reestruturação econômica de Alagoas já estava, naquele momento, num ponto de maturidade, e que até chegar ali tinha sido um trabalho hercúleo. E se a gente olhar o mercado bibliográfico, ninguém conta muito essa história, cheia de tecnicismo. Não é uma história tão glamourosa. Então pensei: 'Se Alagoas fez, deve ter uma boa história para contar'. Então tive a ideia de contar a história dessa transformação que parte de um processo econômico fiscal, mas que tem suas consequências que as pessoas comuns percebem. E aí surgiu a ideia de recontar essa história a partir do olhar das pessoas comuns".

Quais os principais pontos que serão abordados e principal objetivo do livro?

"O núcleo do livro é a discussão sobre a mudança de uma cultura na sua relação com a coisa pública. E acho que, o que vai interessar às pessoas comuns, porque essa mudança é uma coisa que interessa para cada pessoa, é porque o livro retrata como é que a política pública chega na casa de um criador de gado leiteiro, de um morador da grota, de uma mulher mãe, gestante, beneficiária de programa de primeira infância... Então o interesse é você ver como é que o alagoano começa reconstruir a sua percepção sobre ser alagoano, e estar num Estado que permite a ele, depois de um processo doloroso, ter acesso a determinados serviços públicos que ele imaginava que sequer tinha direito. Essa pessoas comuns vão poder se ver nessa obra".

Livro “Dos Nós ás Contas: Alagoas costura uma nova história” / Foto: Ascom - Sefaz

Como você acha que o alagoano vai receber este livro?

"Tenho a expectativa de que o alagoano receba o livro como um retrato de algo que ele já vive nos últimos anos, e que talvez ele não tenha visto isso em palavras. A gente tenta mostrar no livro que o alagoano, durante muito tempo, se viu, digamos, com baixa autoestima, sendo sempre o "o último da fila", o último na renda, em IDEB... E isso foi criando uma percepção de que o alagoano se tornou envergonhado de fazer parte do Estado, e descrente de que as coisas poderiam mudar. Então eu gostaria que o alagoano comum, independente da classe social, se visse nesse processo de recuperação da autoestima".

Acredita que o leitor alagoano terá mais interesse em participar mais interesse sobre o processo administrativo de Alagoas?

"Espero que sim. Informação é a semente desse processo de querer participar da vida cívica. Então esse processo de querer participar das decisões, querer opinar sobre as políticas públicas, e isso só é possível quando você tem informação, sobre o que foi feito, o que vem mudando na história, entender quais são as dificuldades, principalmente do ponto de vista orçamentário. Então, ter acesso a informação, como no caso de Alagoas, onde várias políticas foram pensadas e estruturadas em busca de uma melhoria geral, eu acho que esse entendimento onde as coisas se complementam, isso te capacita a ser um cidadão que opine de uma maneira melhor informada".

*estagiário com supervisão da editoria