A esperada reforma administrativa do prefeito João Henrique Caldas, JHC (PL), foi finalmente concretizada. Quando ainda estava sendo “gestada”, o chefe do Executivo municipal destacou sua preocupação com os critérios técnicos. Porém, tal preocupação – como é natural da política alagoana – não deixou de lado as questões políticas. Não deixou mesmo!

JHC conseguiu – por meio desta reforma – juntar na base de sustentação da Prefeitura de Maceió um antigo adversário político: o deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil); estreitou ainda mais os laços com o presidente da Câmara Municipal de Maceió, Galba Netto (MDB), incomodando ainda mais o onipresente senador Renan Calheiros (MDB), que não anda muito feliz com os rumos do diretório municipal da legenda que comanda em Alagoas; consolidar a bancada no Legislativo municipal e potencializar as vantagens que possui, no atual contexto, para disputar a Prefeitura de Maceió.

Apesar da “tacada política”, JHC frisou que os “quadros técnicos estão aptos à mudança”, como mostra matéria do Portal CadaMinuto. De forma enfática, diante da pluralidade do grupo que conseguiu atrair para dentro de sua gestão, o prefeito da capital alagoana ainda cravou que “Maceió não tem dono”, numa indireta que faz contraponto à hegemonia do MDB no Estado de Alagoas, que possui o governo do Estado, duas cadeiras no Senado Federal, a maior bancada da Assembleia Legislativa e a maioria dos prefeitos.

Agora, é inegável que, na “Maceió sem dono”, quem tem tudo para ficar satisfeito com a reforma administrativa de JHC é o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), que emplacou a nova secretária de Educação, Jó Pereira (PSDB), e anda viu aliados de primeira ordem ocupar espaços no primeiro escalão, como é o caso do ex-deputado estadual Davi Davino Filho (Progressistas). 

Pelo espaço destinado a Lira, isso já credencia o deputado federal a, na disputa vindoura pela Prefeitura de Maceió, indicar o “vice” na chapa encabeçada por JHC, quando este for em busca da sua reeleição. Arthur Lira com isso começa a costurar os caminhos para 2026 já agora em 2023. Afinal, o deputado federal que hoje comanda a Câmara dos Deputados mira outros voos no futuro, como disputar uma das cadeiras do Senado Federal. 

JHC consegue ampliar seu grupo político e – com isso – pode consolidar uma base para disputar o segundo mandato. O desafio do prefeito, a partir desse momento, é não ser candidato de si mesmo, o que inclui também acomodar interesses e ajudar na construção das chapas para vereador. Para isso, há a necessidade de partidos. Hoje, o grupo tem como principais legendas o Progressistas, o União Brasil e o PL. 

Nessas legendas, começa a tarefa de deixar tudo pronto para a janela partidária. Afinal, os vereadores que hoje são da base da Prefeitura de Maceió não vão querer se aglutinar em uma única agremiação a construir uma “chapa da morte” onde alguém pode perder a eleição mesmo conquistando 5 mil votos. 

Os vereadores do MDB que estiverem mais alinhados com JHC, por exemplo, podem ter de buscar outros caminhos para eles mesmos e suas estruturas. Eis uma segunda etapa…