Com o registro recente de ameaças a escolas e instituições de ensino em Alagoas, os profissionais da Educação se preocupam com sua segurança e a dos alunos. Nesta semana, dois adolescentes foram apreendidos por terem criado perfis, nas redes sociais, ameaçando as escolas em que estudam. Os dois alegaram que se tratava de uma “brincadeira”.

Ao CadaMinuto, o presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Eduardo Vasconcelos, disse que a categoria vê com preocupação estas ameaças, e aponta que elas não começaram recentemente.

Destacando a sensação de medo e angústia que a situação gera aos docentes, ele afirma: “Hoje, ser professor é uma profissão de risco, a gente sabe disso. Antes, era relação entre professor e aluno na sala de aula e, agora, há a violência externa entrando diretamente na relação”.

“A situação está amedrontando completamente não só os professores, mas os estudantes e também os pais, bem como toda a comunidade escolar, corpo técnico administrativo também”, compartilhou. 

O sindicalista pontua que o poder público está sendo mobilizado para agir na situação e que uma reunião com o Sindicato das Escolas já foi agendada, para negociar e planejar a atuação nas unidades de ensino de Alagoas.

Eduardo cita que, em vários municípios do Brasil, a Guarda Municipal está sendo deslocada para dar suporte à segurança pública, “porque também é um problema de segurança pública, e que não é só da rede privada, mas também principalmente na rede pública”.

“Geralmente são em áreas mais vulneráveis, mas também tem escolas da rede privada que são em áreas vulneráveis. Sabemos que a uma única forma que essa situação pode ser contornada é, primeiramente, a prevenção, a segurança e que imediatamente o Legislativo, principalmente o federal, endureça a penalidade para esse tipo de prática que, infelizmente, agora se tornou comum”, reforçou.

O presidente do Sinpro falou que, em parceria com o vereador de Maceió Joãozinho (PSD), ajudou a elaborar um Projeto de Lei que auxilia no aumento da segurança nas escolas. O PL abrange unidades de ensino públicas e privadas de Maceió. As consideradas de pequeno porte (com até 100 alunos) não serão obrigadas a instalar a porta giratória, mas devem fazer o uso de detector de metal portátil. 

Será obrigatória, às escolas, a contratação de profissionais devidamente capacitados para o manuseio da porta giratória e do detector de metal portátil. O colaborador ficará responsável por operar o equipamento e realizar a revista, quando necessário. 

Ainda segundo o texto, as pessoas portadoras de próteses metálicas de qualquer natureza ficam dispensadas da revista por portas magnéticas ou dispositivos de segurança semelhantes, mediante a apresentação de documento comprobatório, bem como Pessoas com Deficiência Física e portadores de marca-passos. 

Em caso de descumprimento a instituição de ensino estará sujeita à aplicação de multa, que será estipulada multa diária no valor de R$ 1.000,00.