Decisão sobre novo líder de JHC na Câmara de Maceió incomodou senador Renan Calheiros

03/04/2023 10:46 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O senador Renan Calheiros (MDB) não escondeu o incômodo do novo líder do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), na Câmara Municipal de Maceió, pertencer aos quadros do MDB. Como já divulgado, o posto de liderança do governo no “parlamento” municipal foi trocado: saiu o vereador Siderlane Mendonça (PL) para que o edil Chico Filho (MDB) ocupasse o lugar.

 

O problema é a “posição” do MDB dentro do “xadrez político” alagoano. O partido, que em Alagoas é comandado pelo senador Renan Calheiros, é o principal rival do prefeito da capital alagoana. Inclusive, o MDB deve ter candidato à Prefeitura de Maceió nas eleições do próximo ano. 

 

Porém, essa não é a única aproximação entre emedebistas locais e JHC. O presidente da Câmara de Maceió, Galba Netto (MDB), é, inclusive, cotado entre os postulantes a “vice” do prefeito na disputa pela reeleição. 

 

Nos bastidores políticos, se fala – inclusive – da possibilidade de o PL ganhar novos vereadores por conta da conjuntura de oposição entre o MDB e o prefeito.

 

Atualmente, o PL conta com três edis: Siderlane Mendonça, Cléber Costa e Leonardo Dias. 

 

Sobre a escolha de Chico Filho para a liderança na Casa de Mário Guimarães, Renan Calheiros frisou que iria “recomendar que ele (Chico Filho), enquanto estiver na liderança do João Caldas (JHC), tire licença do MDB”. Bem, por enquanto, trata-se de uma recomendação. Logo, esta pode ser acatada ou não. 

 

É válido também frisar que Renan Calheiros buscou ser “hábil” com as palavras, evitando expressões mais rudes como comumente usa com adversários ao se expressar nas redes sociais. Desta vez, o enxadrista-mor da política alagoana afastou-se dos rompantes, e lembrou que “gosta” muito do vereador. “Não queremos prejudicar Maceió, mas não pagaremos o preço da contradição”, diz Renan.

 

Renan Calheiros fala como se, no histórico de seu próprio partido e duas próprias ações, não houvesse o peso de contradições, como na última disputa municipal em que o candidato à prefeito do MDB foi apoiado por ele e pelo ministro Renan Filho (MDB) fruto de um acordo com um antigo rival: o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD), que hoje é secretário de Infraestrutura depois de ter concorrido ao governo contra o atual governador Paulo Dantas (MDB). 

 

Contradição nas falas dos que narram a recente história política do Estado de Alagoas é feito vírgula: marca uma breve pausa para unir sentenças, ainda que estas sejam paradoxais ou antíteses. Na poesia do barroco Gregório de Mattos, tais paradoxos e antíteses são belas expressões da Flor do Lácio. Todavia, na política alagoana é mero adereço para as narrativas dos “coerentes”.

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