No mês de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, um mês voltado a refletir sobre as lutas e conquistas do público feminino, trazendo à tona temáticas que reivindicam espaço e direito. Portanto, é, sobretudo, uma época importante para se pensar em atitudes e ações de combate à violência contra a mulher e de incentivo ao desenvolvimento de iniciativas que fomentem a valorização, o respeito e os direitos das mulheres alagoanas.

O entrevistado de hoje do CadaMinuto é o Secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, que falou sobre ações e políticas públicas de combate à violência contra a mulher previstas para 2023.

Confira a entrevista na íntegra:

CM: Qual o investimento previsto para 2023 em políticas de combate à violência contra a mulher em Alagoas?

Está prevista a ampliação da Patrulha Maria da Penha para cidades do interior, como Maragogi, Palmeira dos Índios e Delmiro Gouveia, e também ampliação das Salas Lilás nos Centros Integrados de Segurança Pública, entre outras ações no âmbito da Polícia Judiciária. 

 

CM: De que forma a Comissão Mulher Segura tem ajudado na promoção de ações educativas para prevenir futuras ações de agressores e no incentivo à denúncia pelas mulheres vítimas?

Através da Comissão Mulher Segura, criada em março de 2021, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) ministra palestras para escolas, comunidades, empresas, instituições públicas, faz o acompanhamento e orienta mulheres em situação de violência. Além disso, a Comissão também promove integração e alinhamento da pasta com as demais instituições que compõem a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e ajuda na capacitação dos agentes que integram as forças de segurança através do Protocolo de Atendimento Humanizado a Mulheres em Situação de Violência, o primeiro criado no Brasil em nível de secretaria de Estado. Recentemente, a Comissão Mulher Segura apresentou à Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) alguns projetos que podem ser desenvolvidos de forma conjunta com as 102 cidades do estado. Entre eles, está a capacitação de guardas municipais para que, conforme afirmou a oficial, haja uma melhoria no atendimento de casos de ocorrência de crimes que envolvam mulheres.

 

CM: Existe algum tipo de treinamento ou preparo para os profissionais que atendem e trabalham nas delegacias da Mulher, e em outras delegacias, que não são da mulher?

Sim, estamos constantemente realizando capacitações para que os servidores das forças policiais tenham conhecimento adequado para lidar com situações envolvendo violência contra a mulher e saibam dar o encaminhamento correto em cada situação atendida, inclusive a Comissão Mulher Segura disponibiliza em seu site cartilhas com orientações aos profissionais da segurança pública.

 

CM: Sabe-se que o trabalho preventivo e o conhecimento das redes de apoio deixam as vítimas mais confiantes para denunciar, o que ajuda na redução dos índices de crimes. Dessa forma, existem ações de cunho informacional, previstas para 2023, com o intuito de tornar mais conhecidos os programas de combate à violência contra a mulher para a população feminina?

Sim, existem ações que já estão em curso, tanto promovidas pela Comissão Mulher Segura e Patrulha Maria da Penha, quanto outras que são desenvolvidas com apoio de outras secretarias, a exemplo da Secretaria da Mulher e Direitos Humanos (Semudh), municípios e outros órgãos públicos. Também devem ser realizadas campanhas específicas para alertar as mulheres sobre canais de denúncia e de rede de apoio.

*Estagiária sob supervisão da editoria