Alvo da pancadaria geral, o secretário de Saúde Gustavo Pontes de Miranda, visivelmente, passa por um processo de fritura dentro do próprio governo. Está entregue aos leões - e sem dinheiro. 

A avaliação palaciana é de que ele demorou demais a agir, deixando que a crise na pasta chegasse ao ponto em que chegou. As labaredas estão subindo, e não surge uma só voz no governo para defendê-lo ou dividir com ele a responsabilidade pelo crescente escândalo.

É próprio do meio: quem não for predador virá presa, rapidinho. 

Apesar do retumbante silêncio – principalmente e inclusive governista -, o calote da Sesau já ganhou as ruas e obriga o governo a raspar o cofre, já tão debilitado pelo período eleitoral, para ir mitigando as dívidas para com os prestadores de serviço.

Pontes de Miranda paga, portanto, a conta política da crise - e sozinho. 

É uma estratégia política antiga: depois é só tirar o bode da sala.