Hoje em dia, está cada vez mais comum conhecer alguém que teve a conta do Instagram hackeada. Ver a rede social ser invadida gera prejuízos não só para quem usa o Instagram para a empresa, mas também para perfis pessoais ou influenciadores digitais.
Na última segunda-feira (23), o perfil do Cada Minuto no instagram foi hackeado. A empresa acionou o meio jurídico e especialistas em tecnologia, mas até a publicação desta matéria, a conta ainda não havia sido recuperada.
Mas o que fazer quando o Instagram é hackeado?
Ao Cada Minuto, o consultor em Tecnologia da Informação, Valdick Sales, explica que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) prevê coisas que as empresas podem e não podem fazer na hora de guardar, repassar ou usar as informações fornecidas pelos usuários na internet.
“Se uma empresa vai captar qualquer tipo de dados, primeiro tem que avisar para que vai usar e por que está pegando esses dados. Havendo um vazamento a empresa é responsabilizada e paga multas pesadas por não ter protegido esses dados”, explica Valdick.

Como se proteger?
De acordo com ele, criar uma senha forte evita que a maioria das contas online sejam invadidas. Uma senha é considerada forte quando tem mais de oito caracteres, símbolos, letras maiúsculas e minúsculas e números.
“Isso vai dificultar o que nós chamamos de um ataque hacker de força bruta. Eles ficam fazendo as combinações possíveis para detectar todas as suas informações”, alerta.
Valdick destaca ainda a importância de sites e aplicativos terem a Política de Privacidade, com a descrição das práticas e procedimentos de tratamento de dados, inclusive os pessoais, dos seus usuários pelos provedores de aplicações. “O usuário precisa ter muito cuidado para entrar no mundo virtual”, diz.
O especialista também dá uma dica: modificar as senhas sempre que possível.
“Cuidado em acessar redes do Wi-Fi, principalmente em redes públicas. A gente chega nos locais e usa rede pública, mas alguém pode estar ali monitorando e pegando suas informações. Sempre, se possível, modifique as suas senhas. Isso faz com que dificultem muito mais”, reforça.
Prejuízo de R$ 6 mil
Uma empresária que pediu para não ser identificada contou ao Cada Minuto que quando teve sua conta hackeada, ela tentou de todas as formas recuperar a conta. “Tentei fazer todo o passo a passo que li na internet, busquei vídeos no Youtube, mas não conseguia”.
Dona de uma loja de roupas, ela disse que ficou desesperada porque as vendas vinham do Instagram. Com a conta hackeada, ela teve um prejuízo financeiro. “Eu vendia muito por lá. As pessoas compravam pelo link ou falavam comigo pelo whatsapp que estava disponível na minha conta. Tive um prejuízo de pelo menos R$ 6 mil, mas não busquei a Justiça", contou.
Após um mês, a conta voltou ao seu domínio e a empresária mudou a senha. “Não sabia dos meus direitos e nem como agir. Ainda bem que consegui recuperar a minha conta”, disse.
A advogada especialista em fraudes digitais, Meline Lopes, explicou que a invasão da conta, por si só, não gera indenização, mas se for comprovado que houve um prejuízo material para o dono da conta, é possível ingressar na justiça pedindo dano material e a moral, a depender da extensão do dano. “É necessário ressaltar que cada caso é um caso. É preciso analisar se houve realmente algum dano”.
A especialista disse que dependendo do prejuízo é que a advogada pode fazer o pedido de forma proporcional. “Algumas pessoas tiveram grandes prejuízos porque vivem do instagram ou sites de notícias que têm parceiros comerciais e que precisam publicá-los com frequência”.

Fui hackeado e agora?
Meline Lopes enfatiza que caso a pessoa tenha a conta hackeada, ela precisa primeiramente buscar junto ao Instagram, a reativação da conta. “O instagram lançou uma nova ferramenta para ajudar as pessoas que perderam acesso a suas contas”.
A advogada diz que é fundamental que se tente resolver administrativamente. “Uma dica que dou, para as pessoas que conseguirem falar com o instagram, é que também usem o consumidor.gov.br e digam que não estão conseguindo falar com a empresa”.
Caso mesmo assim a pessoa não consiga, Meline afirma que é fundamental que se procure uma advogada para que ela analise o caso.
*Sob supervisão da editoria