Eleições de 1982 em Alagoas

26/12/2022 12:08 - Marcelo Bastos
Por redação
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Na Eleição Estadual de 1982, em Alagoas, tínhamos à frente do Governo do Estado Teobaldo Barbosa (PDS) e do Município de Maceió, Corintho Campelo.

Fatos importantes nas Eleições de 1982 em Alagoas

1. Divaldo Suruagy (PDS) torna-se pela segunda vez governador de Alagoas, desta vez, pelo voto direto. Foi o candidato da situação e obteve 257.898 votos (55,49%). Seu vice foi José Tavares. José Costa (PMDB) foi o candidato da oposição e obteve 206.856 votos (44,51%). Seu vice foi Zeca Torres. Apesar da máquina do Governo Federal, do Estado e da ampla maioria das Prefeituras estando a serviço da situação e protegidos por uma miríade de casuísmos, como por exemplo o voto vinculado, que obrigava o eleitor a escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular seu voto, engessou a eleição e prejudicou por demais a oposição. A oposição lançou uma campanha em que orientava o eleitor em votar até nos candidatos proporcionais da situação, desde que deixassem em branco para o Governo (cabeça da chapa), o que foi batizado esse voto de “voto camarão”. Além de todas essas adversidades que a oposição enfrentava, ainda faltavam uma estrutura política e uma estrutura de campanha mais organizada. Em muitos interiores de Alagoas não tinha diretório do PMDB e isso foi um fator que prejudicou muito a votação no interior do Estado. A oposição teve uma vitória consagradora na capital, porém, perdeu de forma fragorosa no interior do Estado. Apesar de todas estas situações desfavoráveis das eleições, a diferença a favor do Governo foi de apenas 11%.

2.  Guilherme Palmeira (PDS) foi eleito Senador pela situação, com uma votação de 259.581 votos (56,17%). Pela oposição o candidato foi José Moura Rocha (PMDB) com uma votação de 202.573 votos (43,83%). Guilherme Palmeira fazendo uma dobradinha com Divaldo Suruagy e sendo beneficiado com a mesma estrutura de poder e usado o casuísmo do voto vinculado do seu aliado, deixou a oposição em situação difícil para conseguir uma vitória. 

3. Nas eleições de 1982, a bancada de Alagoas na Câmara Federal tinha 8 representantes. O PDS elegeu 5 representantes e o PMDB 3 representantes. 

4. Fernando Collor de Mello (PDS) foi eleito Deputado Federal mais votado, com uma votação de 55.124 votos. Apesar de uma administração sofrível como Prefeito do Município de Maceió, de 1979 a 1982, fez uma campanha de marketing diferenciada para a época e soube usar bem o complexo de comunicação da sua família a seu favor. 

5. Nas eleições de 1982, a Assembleia Legislativa era composta por 24 representantes. O PDS elegeu 15 representantes e o PMDB elegeu 9. 

6. Antônio Saturnino de Mendonça Neto (PMDB) desiste da sua candidatura para a Câmara Federal e disputa uma vaga para Deputado Estadual. Mendonça Neto (PMDB) era a voz da oposição na época sombria da Ditadura. Seu slogan era: “A voz que não se cala”. Era considerado o maior orador de Alagoas. Carlos Lacerda era sua referência na oratória, foi o Deputado Estadual mais votado no pleito de 1982 com uma votação de 25.692 votos. 

7. Ronaldo Lessa (PMDB) obteve seu primeiro cargo eletivo se elegendo Deputado Estadual, com uma votação de 10.484 votos, sendo o 20° colocado. A base da votação de Ronaldo Lessa vem da sociedade civil organizada, dos movimentos sociais e do movimento estudantil.

8. Num espírito de mudança que permeava a sociedade alagoana, principalmente a da capital, fez a oposição ter uma excelente votação no pleito de 1982. Formando uma bancada bastante representativa de esquerda na Assembleia Legislativa. Foram eleitos: Selma Bandeira, Eduardo Bomfim, Ronaldo Lessa e o progressista Mendonça Neto. 

9. Nas eleições de 1982, a Câmara de Vereadores de Maceió era composta por 21 representantes. O PMDB elegeu 13 representantes e o PDS elegeu 8. 

10. Pedro Marinho Muniz Falcão (PMDB) foi o vereador mais votado nas eleições de 1982. Sua votação foi de 6.120 votos. Seu irmão Sebastião Marinho Muniz Falcão foi governador no período de 1956 a 1961 e marcou o seu governo a favor dos mais necessitados. Teve seu irmão Djalma Falcão (PMDB) eleito no mesmo pleito para Deputado Federal com uma votação de 31.156 votos. Sendo de uma família das mais tradicionais da política alagoana, e considerado um dos políticos mais éticos da época e nutrido do sentimento que o povo da capital tinha de oposição, foram fatores determinantes que fizeram Pedro Marinho Muniz Falcão (PMDB) ter sido o vereador mais votado das eleições de 1982. 

11. Na capital, com uma votação consagradora da oposição, fez uma bancada representativa de vereadores de esquerda: Jarede Viana, Edberto Ticianelli, Freitas Neto, Fernando Costa e Kátia Born. 

12. Corintho Campelo foi nomeado prefeito de Maceió para o período de 1982 até 1983.

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