Vice-presidente do PT diz que Lira já está “afinado” para aprovar a PEC do teto de gastos

29/11/2022 11:16 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Na fauna do poder, em Brasília, nada é mais útil do que ser “camaleônico” para garantir os espaços. Afinal, o poder não deixa vácuo. 

 

O deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, o alagoano Arthur Lira (Progressistas), sabe muito bem disso. 

 

Por essa razão, tem construído, com êxito, seu retorno à presidência da Casa, angariando os apoios da esquerda, mesmo tendo sido um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), nas eleições deste ano.

 

O fisiologismo dita a sequência dos fatos. Por essa razão, o vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães, já afirmou – em entrevista ao R7 – que enxerga Lira como um aliado “afinado” para aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite o furo do teto de gastos, abrindo espaços no Orçamento de 2023 para que se possa bancar as promessas feitas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT). 

 

Para desespero do senador Renan Calheiros (MDB), que não queria ver o presidente da Câmara dos Deputados nessa confortável posição, Arthur Lira soube ser o que o PT precisava de forma muito mais ágil do que se poderia imaginar por mais que se enxergasse o fisiologismo reinante em Brasília. 

 

Eis o que diz Guimarães: “A Câmara dos Deputados não precisa de assinatura, mas de articulação política. O texto que vier do Senado nós ratificaremos, nós aprovaremos. Estamos aguardando o texto. Arthur Lira está afinado para aprovar a PEC conosco. É o que importa, né, para o novo governo”. 

 

Sim, é o que importa para o PT e o que importa para Lira conseguir seu segundo mandato na presidência da Câmara dos Deputados. 

 

Para essa semana, o presidente eleito Lula tem – portanto – três questões a serem resolvidas: a articulação da PEC do Estouro, a escolha de integrantes de grupos técnicos da transição e a definição do corpo ministerial. A previsão dos petistas é que a votação da PEC ocorra até o dia 10 de dezembro. 

 

O texto apresentado tira do teto de gastos a regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Assim, abre-se espaço para dar continuidade ao pagamento dos R$ 600 do Auxílio Brasil, que volta a ser Bolsa Família. 

 

Além disso, a Pec possibilitará mais R$ 150 por criança de até seis anos de idade. Isso representa uma “furada” de R$ 175 bilhões. Por conta de negociações em andamento, o texto final ainda pode sofrer alterações. Em todo caso, Lira já se tornou uma peça fundamental para o PT.

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