O jornalista Volney Malta, aqui do CadaMinuto, traz uma informação relevantíssima em seu blog: a montagem do primeiro escalão do futuro governo de Paulo Dantas (MDB) depende ainda dos acertos políticos a serem feitos para a composição do futuro governo federal, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT).

O jornalista merece o reconhecimento por ter tocado em um ponto que abre espaço para reflexões. Informação importante para entender o amálgama que será o próximo governo emedebista em Alagoas.

Um dos motivos da espera para definir a estrutura do próximo governo, pelo que se percebe é o seguinte: o tamanho da “fatia” dos Calheiros (os emedebistas senador Renan Calheiros e o senador eleito Renan Filho) na próxima gestão de Paulo Dantas depende ainda da definição do tamanho da “fatia” destes mesmos Calheiros no futuro governo de Lula (PT). Afinal, são muitos os aliados.

Paulo Dantas terá inúmeros desafios para montar seu próximo governo diante das forças políticas que não apenas lhe deram sustentação na campanha eleitoral e lhe garantiram a vitória, mas também foram necessárias à formatação de sua candidatura, retirando-o do parlamento estadual e o alçando à condição de governador-tampão, por meio do pleito indireto na Casa de Tavares Bastos. É a fatura, é o preço.

Na lista dos que esperam seu “naco de poder” estão deputados estaduais, o ex-governador e senador eleito Renan Filho, o senador Renan Calheiros, o Partido dos Trabalhadores, o PDT do vice-governador Ronaldo Lessa e até os aliados de última hora, como o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD) e os que estarão sem mandato, a partir do ano que vem, mas que apostaram em um projeto que tinha como timoneiro o atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, Marcelo Victor (MDB).

A informação trazida pelo jornalista Volney Malta, que destaca essa espera estratégica para montar o primeiro escalão em razão das negociações no âmbito federal, faz todo o sentido. Afinal, os acomodados por lá, não serão incômodos por cá. Simples assim. Tanto mais relevante é essa informação diante das especulações, já presentes na mídia nacional, de que Renan Filho pode virar ministro. 

Dantas tem tempo para usar a própria caneta, ainda que outras mãos também pesem sobre aquilo que o governador assina. O que se sabe até agora: a reforma administrativa vai ampliar o tamanho do Estado. Era o esperado... Espera-se ainda que o pagamento da fatura não se traduza na perda de identidade, autonomia, direcionamento e projeto macro que direciona um governo.