Em seu blog no Estadão, o jornalista Fausto Macedo traz a informação de que um “operador” do suposto esquema que resultou no afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi flagrado após fazer um saque de R$ 32 mil em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). 

De acordo com o jornalista, o operador teria confessado à Polícia Federal que os titulares das contas eram funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, que receberiam uma espécie de “mesada” para emprestar suas contas para o esquema que teria como um dos líderes o governador Paulo Dantas.

A informação é grave. Como o conteúdo do processo ainda não é conhecido em sua íntegra, vale a cautela. Afinal, o afastamento do governador do cargo é algo gravíssimo e que precisa ser fruto de uma decisão muito bem fundamentada, que aponte justamente para um esquema continuado que ainda contava com a influência de Dantas. 

E sobre isso, ainda pouco se sabe.

Porém, caso realmente tais depoimentos substanciais se confirmem, surgirão fatos sobre os quais Paulo Dantas terá de se explicar. Sendo assim, não adiantará apenas a estratégia de colocar o governador afastado como um “perseguido” por razões políticas, como – neste momento – Dantas e seus aliados buscam fazer.

Macedo escreve – em seu blog – que o operador afirmou ter conhecimento da prática da “rachadinha”.  Ele apontou, inclusive, a quem seria entregue o dinheiro: pessoas ligadas à Prefeitura de Major Izidoro. Os dois servidores seriam assessores de Dantas na época em que ele era deputado estadual.

O jornalista relata ainda que a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, que determinou o afastamento de Paulo Dantas do governo, considerou o depoimento do operador “valioso”. 

Na tarde de hoje, a Corte do STJ decide sobre o afastamento de Dantas. Obviamente, o debate sobre o assunto, para fundamentar a decisão colegiada, pode jogar mais luz nas diversas informações que surgem na imprensa.

O governador afastado atribui tudo a uma grande fake news criada por influência da oposição, mais precisamente o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), que é o principal apoiador do rival de Dantas na disputa pelo Executivo estadual, nesse segundo turno, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil). Paulo Dantas fala e aparelhamento da Polícia Federal.