Desde sexta-feira passada, quando houve o flagrante pela PF de uma mala carregada de grana em posse do deputado Marcelo Victor, que crescem os rumores de que algo pode acontecer a qualquer momento.

Se tais “informações” chegam a mim, imagino que até mais fartamente, pelas suas relações históricas e de poder, devem também chegar ao senador Renan Calheiros. São fatos, com provas, que podem atingir em cheio alguns dos seus aliados.

Ele agora pede a troca do atual superintendente da PF em Alagoas, segundo Veja (o último que eu conheci pessoalmente foi o delegado Pinto de Luna, odiado por tantos da seara política local), por “parcialidade”. O senador aponta seu semelhante Arthur Lira como beneficiário das ações policiais.

O que vem por aí, e se vem, não sei (o grito é preventivo?). Gostaria muito que Calheiros nos antecipasse os "fatos", até porque não tenho comigo nenhum “poderoso de estimação”, o que pode dificultar meu acesso a informações privilegiadas.

Mas destaco aos leitores e leitores que a ligação entre autoridades políticas e agentes da Segurança Pública são um símbolo do nosso atraso – local e nacional.

Recordemos, pois, as operações Guabiru e Taturana, na primeira década desde milênio (2005 e 2007).

Ainda que sem consequências práticas e objetivas, elas só foram possíveis quando a PF virou uma instituição de Estado, livre das amarras com os poderosos políticos de então - os daqui e os de Brasília.

Até aquelas operações da PF, Alagoas nadava no mar da honestidade com o dinheiro público. Os escândalos pipocavam em todo o país, menos aqui. O que se descortinou nas investigações, que morreram na praia, veio a revelar de onde vinha o cheiro de podre que exalava das tenebrosas transações.

Até hoje o odor não sumiu.