Imaginem uma discussão de “alto nível” entre dois líderes políticos.
O primeiro, se jactando de suas proezas na cama, assevera publicamente – e a plateia repete – que é imbrochável.
O outro, para contradizê-lo, afirma que ele é eunuco.
(Os dicionários de língua portuguesa – todos – definem eunuco como homem castrado, privado dos órgãos sexuais.)
É uma discussão de menino amarelo, está claro, machões pedindo os aplausos de claques tolas e desprovidas de algum conteúdo mais amadurecido - algo além das estupidezes das redes sociais.
Eis a dupla Bolsonaro/Renan Pai, em troca de torpedos infantojuvenis.
Ao primeiro, há de se sugerir um terapeuta de linha freudiana, que não terá dificuldades em desvendar o enigma de sua alma, ou – quem sabe? – encaminhá-lo a outro especialista (claro, se for o caso, e que fique com a turma da ciência).
O segundo, que contestou a macheza do adversário/inimigo, bem que poderia se espelhar em gente grande, de quem ele já esteve perto, mas não colheu os melhores ensinamentos.
Quem?
Ulysses Guimarães, o Senhor Constituinte, respondendo ao então presidente Collor, em setembro de 1992 – e já se vão 30 anos.
O hoje senador do PTB havia afirmado que o deputado do MDB histórico e respeitável era “senil e desequilibrado”.
Ulysses:
“Sou velho, mas não sou velhaco”.
Que pancada (atualíssima)!
Dá para ver que é possível, sim, dar nível e ser mortalmente ferino até numa discussão política sem grande relevo.