Desculpa de Dantas para não ir ao debate “não cola”; e Cunha? O que o fez desistir?

06/09/2022 11:00 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O debate entre os candidatos ao governo do Estado de Alagoas, no dia de ontem, na TV Mar, foi marcado pelas ausências do governador-tampão Paulo Dantas (MDB) e do senador Rodrigo Cunha (União Brasil), ambos postulantes ao cargo máximo do Executivo estadual. 

 

Estiveram presentes – como viu o leitor (a) – o senador Fernando Collor de Mello (PTB), o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD), Luciano Almeida (PRTB) e Cícero Albuquerque (PSOL).

 

De forma geral, o debate foi “morno” e cheio de generalidades, com diagnósticos sobre os problemas de Alagoas, mas com poucas propostas concretas para o futuro de Alagoas por parte de todos os candidatos ali envolvidos. Quem tinha dúvidas, não teve chances de tirá-las com os candidatos que ali falavam. Quem tinha certezas, segui-as tendo. Nada novo no front.

 

Ou seja: um resumo do que foi o primeiro debate entre os candidatos, que foi organizado pelo Portal 7 Segundos. A diferença é que, no embate anterior, houve as trocas de rusgas entre Collor e Cunha.

 

Neste segundo debate da TV Mar, o antagonismo ficou por conta das trocas de farpas entre Collor e o professor Cícero Albuquerque (PSOL). De um lado, as tradicionais ironias de Fernando Collor de Mello. Do outro, os chavões e slogans da esquerda psolista. Excetuando-se isso, o debate não trouxe novidades e pouco deve impactar na corrida eleitoral para os que ali se fizeram presentes. 

 

Caso haja impacto será mais pelas ausências do que pelas presenças. 

 

O senador Rodrigo Cunha – que sequer explicou sua ausência, limitando-se a enviar uma nota à emissora, mas já com o debate em andamento – deu a entender que simplesmente “fugiu” da discussão. O senador não deve uma explicação à emissora, mas sim aos eleitores. Afinal, o debate – quando realizado – é um canal aberto para todos os alagoanos. Rodrigo Cunha, do castelo de sua campanha, preferiu ignorar.

 

Já o governador-tampão Paulo Dantas apresentou uma desculpa esfarrapada, pois disse – em outras palavras – que não compareceu ao debate por ser o único dos candidatos que tinha um estado a governador. 

 

Primeiro: ninguém obrigou Dantas a ser governador (eu imagino!), por mais que ele seja o rebento da aliança entre o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB), e o ex-governador e candidato ao Senado Federal, Renan Filho (MDB). Ele se encontra no cargo porque assim quis, assim como também aceitou a missão de ser candidato à reeleição, agora por via direta e não apenas com os votos de eleitores “ilustres”.

 

Se a desculpa de “ter que governar” fosse suficiente, Paulo Dantas não teria ido ao debate do 7 Segundos e/ou a uma série de agendas de campanha que simplesmente lhe tiram do Palácio República dos Palmares ou dos afazeres de governador. Aceitou o desafio? Agora se vira nos 30, “coração trabalhador”...

 

Chega a ser ridícula a desculpa de Dantas. O fato é que Paulo Dantas se utilizou de uma velha estratégia entre os líderes de pesquisas que enfrentam uma eleição acirrada: evitar se expor diante da possível gordura que ainda podem perder. Isso ainda é mais válido para quem tanto depende do marketing político e do conteúdo pré-formatado, não que seja o caso de Dantas (talvez), pois falo de forma genérica...

 

Já Rodrigo Cunha deve ter avaliado que tinha mais a perder do que a ganhar depois que a sua equipe de campanha tanto comemorou a mais recente pesquisa do IPEC. Mas, como algumas informações não constam em nota à emissora ou ao público... 

 

Ah, em nota, Cunha diz que não foi porque Paulo Dantas não foi. Então, por qual razão a demora em dizer isso publicamente, uma vez que o “tampão” já tinha falado de sua ausência muito antes do debate? Não faz sentido. As desculpas são piores que o soneto.

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