Quem mais tem a se preocupar com os números do IPEC é Paulo Dantas, que é o líder!

02/09/2022 15:14 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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A pesquisa para o governo do Estado de Alagoas, feita pelo IPEC e divulgada pela TV Gazeta, causou burburinhos nos meios políticos e dentro das campanhas. Era óbvio que causasse. Afinal, o IPEC traz uma realidade totalmente diferente das que estavam sendo apresentadas pelos demais institutos, como Ibrape, Falpe etc. 

 

É evidente que cada pesquisa divulgada, tanto a do IPEC como as anteriores, fazem um recorte de momento dentro de metodologias que escolhem uma base de amostragem, com quantidade de eleitores e localidades, por exemplo. Isso, evidentemente, pode alterar resultados. Portanto, não brigo com os institutos, mas analiso com base nos números mostrados julgando a hipótese de eles serem verídicos ou pelo menos traduzirem aspectos empiricamente comprováveis.

 

É empírico: a eleição em Alagoas é disputada por quatro forças com capilaridade eleitoral considerável. 

 

Sendo assim, é possível que a pesquisa do IPEC faça sentido? Claro! Pode estar bem próxima do que de fato é o cenário. 

 

Todos sabem que a campanha para o governo em Alagoas é acirrada, o que pode gerar alternâncias de posições devido a fatos políticos significativos envolvendo este ou aquele candidato, o que vale para o governador-tampão Paulo Dantas (MDB), para o senador Fernando Collor de Mello (PTB), para o senador Rodrigo Cunha (PSD) e para o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD). 

 

Os demais candidatos não se mostram com capilaridade para estarem nesse acirramento, conforme todas as pesquisas feitas até agora. E, nos últimas dias, houve embates entre Collor e Cunha que pode ter gerado movimentações eleitorais, porém muito pequenas, como mostra o IPEC.  

 

Dito isso, eis que o levantamento do IPEC coloca Paulo Dantas com 24% das intenções de votos. O número é bem distante daquele que era esperado por quem já apareceu em levantamentos anteriores com 30% ou mais que isso. Além disso, o segundo colocado apresentado pelo IPEC é o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), que aparece com 21%. 

 

Quanto a Paulo (o Dantas), não há nada que justifique ele ter perdido 10 pontos percentuais. Ou erra o IPEC, ou erram os institutos anteriores.

 

Agora, supondo que não erre o IPEC, mas sim os outros: 

 

Como a margem de erro é de 3% - conforme o próprio IPEC – se os números estiverem corretos, Dantas não tem a liderança isolada que queria ter, mas sim está empatado tecnicamente com o segundo colocado. O resto é malabarismo retórico, pois no “jogo” dos três por cento sendo jogados par lá ou para cá, é sabível que 21+ 3 é igual a 24. 

 

Se há esse empate técnico na pesquisa, também há outro: o do senador Rodrigo Cunha com o terceiro colocado Fernando Collor de Mello (PTB), que segundo IPEC tem 17%. A lógica é a mesma. Assim como há o empate técnico entre Collor e Rui Palmeira (PSD), que aparece com 15%. Ou seja: até mesmo o último colocado, dentre os quatro primeiros, poderia ser o segundo do IPEC em razão da margem de erro. 

 

Caso o IPEC esteja correto, o governador-tampão Paulo Dantas (MDB), com toda estrutura, máquina, marqueteiros, discursos decorados, slogans produzidos e se vendendo como o herdeiro do ex-governador Renan Filho, ao mesmo tempo em que esquece ter sido ungido pela Assembleia Legislativa, aparece muito mais próximo de seus adversários do que gostaria de estar.  Então, é a primeira pesquisa em que o líder presente nela tem pouco a comemorar.

 

Quanto aos demais candidatos: se veem na mesma disputa acirrada na qual já se acreditavam estar, mas com uma diferença: o IPEC surge como um motivador para o senador Rodrigo Cunha, que aparecia como um “candidato em processo de derretimento” e agora como a “fênix” que recuperou uma posição perdida. Isso motiva sua militância e seu discurso, evidentemente. 

 

O senador do União Brasil, se insuflado pelos números, pode se mostrar mais aguerrido. Caso tenha dificuldades de compreender o significado prático desta palavra quando traduzida para a realidade, pode pedir conselhos a vice de sua chapa, a deputada estadual Jó Pereira (PSDB) sabe, de forma pragmática, o que “aguerrido” significa.

 

No mais, o que o IPEC mostra? Que teremos uma batalha ferrenha pelo cargo de governador em uma eleição aberta em que qualquer erro estratégico pode ser fatal em razão de um tempo tão curto! No caso de Dantas, que é o líder, a preocupação é o IPEC não mostrá-lo como tão líder assim, caso esse instituto esteja de fato correto.

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