O número de indecisos: uma preocupação para os candidatos que disputam o governo

29/08/2022 13:07 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Quem acompanha as recentes pesquisas eleitorais que “medem” a intenção de votos para o governo do Estado de Alagoas deve ter percebido que – caso os institutos estejam realmente corretos em seus dados – a eleição em Alagoas polarizou entre o governador-tampão Paulo Dantas (MDB) e o senador Fernando Collor de Mello (PTB), com o emedebista na liderança.

 

Se isso virar uma onda, aumenta ainda mais a dificuldade dos que estão na terceira, quarta posição e assim por diante. Claro: digo isso levando em conta os números apresentados pelos institutos. Logo, é se eles estiverem certos... 

 

O senador Rodrigo Cunha (União Brasil), que iniciou o processo como líder nas pesquisas eleitorais, caiu para a terceira posição e, pesquisa após pesquisa, tem se mostrado estagnado e com dificuldades para “recuperar o fôlego”. 

 

Já o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD) segue na quarta colocação, porém com os números mostrando um derretimento que o afasta até mesmo de Rodrigo Cunha.

 

Essa é, por exemplo, a “fotografia de momento” que foi apresentada pela Fundepes em um levantamento divulgado em parceria com o Portal CadaMinuto. Dantas conseguiu abrir uma vantagem sobre Collor, o que mostra que a estratégia de colar a imagem do governador-tampão no ex-governador Renan Filho (MDB) deu certo. 

 

Por sinal, diga-se de passagem, deu certo também a estratégia de “fingir não lembrar” que Dantas é o candidato do “combalido” Poder Legislativo e do “mentor” presidente da Casa de Tavares Bastos, Marcelo Victor (MDB). São influências de bastidores sobre a conduta de Dantas. O governador-tampão quer tanto se desvincular disso, da imagem do “governo de muitas mãos”, que uma de suas mais recentes peças publicitárias é para dizer que quem manda em Dantas é o povo. 

 

“Dantas, o independente”: eis a estratégia para abrir ainda mais a vantagem sobre o senador Fernando Collor de Mello. Todavia, há um desafio tanto para Dantas quanto para Collor: em uma eleição acirrada, ainda é grande o número de indecisos. Além de converter votos, é preciso atrair esse eleitor que, conforme a Fundepes, representa 14,5%. O percentual de indecisos é maior do que as intenções de votos creditadas a Rodrigo Cunha e quase o dobro da de Rui Palmeira. 

 

Collor tem – ainda conforme as pesquisas -um alto índice de rejeição. Logo, isso é um desafio para o senador do PTB: avançar sobre os indecisos, sobre os eleitores dos adversários ao mesmo tempo que trabalha a redução da rejeição. O desafio de Dantas é se apresentar e para isso colou sua imagem em Renan Filho e se afasta da Assembleia Legislativa. 

 

Já Rodrigo Cunha tem o trabalho hercúleo de voltar a crescer nas pesquisas, pois seu derretimento pode gerar uma onda inversa que o descredibilize. Rui Palmeira – caso não chegue aos dois dígitos percentuais – pode acabar virando um “café-com-leite” no processo eleitoral. 

 

Ou seja: se as pesquisas estiverem corretas, o número de indecisos ainda mostra uma campanha acirrada e aberta. Um erro em um processo eleitoral de tempo tão curto pode ser fatal para qualquer candidato. Isso cobra toda atenção do mundo por parte dos marqueteiros.

 

Senado

 

Na disputa pelo Senado Federal, o número de indecisos – em que pese ser 11,7% - não é tão considerável assim. Afinal, Renan Filho (MDB) aparece como franco favorito com uma vantagem “absurda” em relação ao segundo colocado. Mesmo que Davi Davino Filho (Progressistas) converta todos os indecisos para si, é necessário ainda uma queda de Renan Filho nas intenções de votos para equilibrar o jogo.

 

A pesquisa da Fundepes ouviu 1.311 alagoanos entre os dias 21 e 23 de agosto para saber sobre as eleições para o Governo do Estado e o Senado. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo AL-09303/2022 e tem margem de erro máximo estimada de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 97%.

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