Arthur Lira, como quase todos os deputados federais de Alagoas, é um político de redutos, onde o voto é contabilizado em números redondos: cinco mil, dez mil, e por aí segue.
Como se chega a essa conta?
Da forma mais tradicional do meio político: financiando líderes políticos interioranos ou que atuam na periferia das maiores cidades, que se prontificam a entregar esses votos com rara precisão. A depender, óbvio, de quanto for a ajuda (às vezes com empregos – sem trabalho, bem remunerados, em repartições públicas) fornecida pelo cliente.
Lira resolveu agora investir no voto de opinião, disputando com o senador Collor - e sem ele - a “amizade sincera” com Bolsonaro (que tem um eleitorado resiliente em Maceió, principalmente em parcela significativa da elite financeira e econômica, ainda que movida por certo messianismo).
O presidente da Câmara Federal tem distribuído material de campanha, nos semáforos, em que ele e o presidente da República aparecem juntos, em largos sorrisos.
Igual a Collor?
Lira acredita, assim parece, que tem o monopólio do bolsonarismo em Alagoas, mas o ex-presidente não está nem aí – segue em campanha como se não houvesse passado.