O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB), há muito que se encontra na legenda socialista, mesmo já tendo passado por outros partidos como o Solidariedade, por exemplo. Porém, mesmo no PSB, nunca foi considerado um “socialista raiz” em função de algumas pautas que defende que o coloca muito mais dentro de um “centro político”. 

JHC – por exemplo – nunca deixou de destacar o apoio recebido pelo governo federal do presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua administração, como ocorreu na recente entrega de conjuntos residenciais às famílias de baixa renda em Alagoas, ou na boa relação que mantém com membros da família Bolsonaro e ministros do governo federal, como é o caso do ex-titular da pasta do Turismo, Gilson Machado. 

No comando dos destinos do PSB em Alagoas, JHC já tomou decisões que fogem dos planos nacionais da legenda, como a aproximação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas) e o apoio ao senador e pré-candidato ao governo, Rodrigo Cunha (União Brasil). 

Quando se elegeu prefeito, fugiu da discussão nacional que se dava naquele momento e jamais se aproximou – como era esperado pelo PSB – do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT). 

Mas, tais contradições são coisas da política e particularidades dos cenários regionais. 

Agora, há um ponto sobre o qual todos os partidos – em exceção – estão de olho nessas eleições estaduais: fazer deputados federais ou, pelo menos superar cláusula de barreira. 

Nas candidaturas dos federais há muita coisa em jogo, que vai desde a relevância nacional até (o que é mais importante) os fundos de financiamento das legendas, que se dão com base na composição da Câmara dos Deputados. 

Nesse sentido, o PSB local sofre.

Não por acaso, surge a mudança de planos com o irmão de João Henrique Caldas, o Doutor JAC (PSB). JAC deixou de ser candidato a deputado estadual para se lançar postulante de uma das cadeiras da Câmara dos Deputados. O PSB de JHC passa a ter o desafio de criar condições para a eleição de JAC em um pleito disputado. 

O pai de JHC, o ex-deputado federal João Caldas (União Brasil), desistiu do pleito, como já sabido. Tudo agora na família de Caldas é concentração de forças para eleger JAC. Entre os aliados políticos, quem não estiver junto, estará fora. Este pode ser um dos motivos do deputado estadual Davi Maia (União Brasil) – que é um aliado histórico do prefeito de Maceió – ter sofrido consequências, como perdas de cargos que havia indicado para a administração municipal. 

Outros nomes que sempre estiveram ao lado do prefeito podem ser atingidos. E se JHC cambalear no PSB já há quem queira o partido para si nos domínios calheiristas.