Pré-candidato a deputado estadual, ex-secretário de Saúde diz que responsabilidade da compra de respiradores por Consórcio é do governador da Bahia

12/07/2022 14:51 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Em recente entrevista ao Canhão Podcast, comandado pelo jornalista Wyderlan Araújo, o ex-secretário de Saúde, Alexandre Ayres, foi confrontado com o tema da compra de respiradores (que nunca chegaram) feitas pelo Consórcio Nordeste, em um dos períodos mais críticos da pandemia do novo coronavírus.

 

A compra feita pelo Consórcio Nordeste foi alvo de uma investigação por parte da Polícia Civil da Bahia, em função da aquisição das máquinas ter sido feita em uma empresa especializada em produtos de maconha e, além disso, por ter sido um alto investimento milionário sem que os respiradores tivessem sido entregues. Alagoas investiu R$ 5 milhões.

 

O processo de compra feito pelo Consórcio Nordeste foi ainda alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte. Na época, o deputado estadual Davi Maia (União Brasil) tentou criar uma CPI em Alagoas com o mesmo tema, mas não conseguiu o apoio dos pares, que fazem parte da imensa bancada governista.

 

Ayres sabe que esse é um dos temas que poderá enfrentar na campanha. Inclusive, na entrevista, disse que já processa duas pessoas que foram às suas redes sociais acusá-lo de irregularidades por conta da ação envolvendo o Consórcio Nordeste. 

 

O ex-secretário frisou que, em relação a este assunto, o governo de Alagoas, na época, tomou as medidas que eram cabíveis, como acionar a Justiça e que uma parte do dinheiro gasto já foi reavida, mas que ainda há outra parte em via judicial. 

 

Ayres disse que é natural que o tema apareça agora, pois, ao se tornar pré-candidato a deputado estadual passou a ser “vidraça”. Além disso, o ex-gestor destacou que pode explicar tranquilamente o ocorrido.

 

“Há consórcios intermunicipais eficientes aqui em Alagoas, como o de iluminação e o de saúde. Consórcios, para numa escala maior de compra poder pagar mais barato. Não há anomalia nisso. Como é feito? Os municípios depositavam o recurso e os consórcios, que são entes jurídicos e de direito público, realizam a licitação. Se der errado, quem responde é o presidente do consórcio. Quem era o presidente do Consórcio Nordeste? O governador da Bahia (Rui Costa do PT)”, colocou Ayres. 

 

Ele isenta – portanto – o governo de Alagoas, na época comandado pelo ex-governador Renan Filho (MDB) – da responsabilidade e mira em Rui Costa, ainda que não cite o nome. “Na semana passada recebi questionamentos, me acusando de ficar com o dinheiro do respirador e estou processando essas pessoas para que elas possam responder nas vias da Justiça a calúnia que estão cometendo. Não sou super-herói, tenho acertos e erros. Mas não vou permitir que denigram a minha imagem por questões políticas”, colocou ainda. 

 

Ayres explicou que o que cabia ao Estado lesado, no caso Alagoas, era processar o Consórcio Nordeste. “Assim foi feito. Tanto é que recebemos uma parte”, finalizou.

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