Os números apresentados pelo Instituto DataSensus, em parceria com o site 7 segundos, em relação à corrida eleitoral no Estado de Alagoas, mostram o primeiro “retrato” com a presença do senador Fernando Collor de Mello (PTB) na disputa pelo Palácio República dos Palmares.

Levando em consideração os números do Instituto, Collor – como já era previsto – “bagunçou o coreto”. Ao abandonar a candidatura à reeleição e se posicionar como um dos nomes que disputa o Executivo estadual, Fernando Collor joga sua capilaridade eleitoral para dentro de uma corrida em que os candidatos sempre estão entre 15% e 20%, conforme as pesquisas anteriores. 

Era óbvio então que a candidatura de Collor complicasse a vida de quem estivesse na segunda posição. Afinal, Fernando Collor de Mello – gostem ou não dele – tem demonstrado, no histórico das eleições alagoanas, ter um eleitorado fiel. 

Se de um lado esse “eleitorado fiel” é um ponto positivo para Collor, por outro lado é um negativo também. Afinal, o senador do PTB, diante disso, tem um piso alto, de onde larga na corrida eleitoral, mas pode ter um teto baixo caso não renove o seu próprio eleitorado. Razão pela qual, o MDB do senador Renan Calheiros enxerga Collor como o melhor opositor.

Os números da pesquisa Data Sensus em relação à disputa pelo governo do Estado são os seguintes: o governador tampão Paulo Dantas (MDB) é o 1º com 26,6%, Collor é o 2º com 18,8%, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) é o 3º com 17,8% e Rui Palmeira (PSD) é o 4º com 11,9%. Os demais ficam na casa do 1%.

O “fator Collor” se mostrou um complicador para o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), que aparecia como líder das pesquisas e agora é o terceiro colocado, ainda que empatado tecnicamente com Fernando Collor de Mello. O alerta à campanha de Cunha é por uma avaliação para saber as razões do “derretimento” do senador.

Afinal, não se trata apenas da chegada de Collor. Se Cunha realmente caiu da 1º posição para a 3º, é bem possível que ele esteja sendo um adversário de si mesmo na busca por consolidar sua candidatura.

Quanto a Dantas – levando em consideração os números do DataSensus – o seu crescimento é a mostra de que a exposição excessiva, com agenda intensa, se utilizando da máquina pública como pode, sempre ao lado do ex-governador Renan Filho (MDB), parece ter dado resultado. 

A campanha de Dantas o colou em Renan Filho para aproveitar a avaliação positiva do governo estadual, e optou por escantear o outro pai desse rebento (Dantas) que não é tão bem avaliado assim: a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (leia-se: o deputado estadual Marcelo Victor (MDB)). 

Com mais exposição e de forma estratégica, O candidato fabricado Paulo Dantas pode ter sim avançado na pesquisa eleitoral, aproveitando-se – inclusive – do vácuo de uma oposição insossa, que ainda tenta encontrar unidade e discurso. 

Na pesquisa do DataSensus/7 Segundos, foram realizadas 5.026 mil entrevistas em 99  municípios, entre os dias 30 de junho e 02 de julho. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 1,4%. O número de identificação na Justiça Eleitoral é AL-847/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral: BR-6810/2022.