Vivo longe das redes social – para preservar minha saúde, já o disse -, mas sei delas por amigos que mais se divertem do que atuam no mundo digital.

A presença de Lula em Maceió impôs o silêncio entre os seus oposicionistas locais (silêncio respeitoso?), mas agitou como nunca o eleitorado bolsonarista nas redes.

Pela quantidade de xingamentos – ao ex-presidente, e não só a ele – que chegam ao blog, imagino que o gosto azedo soube a muitos pratos em mesas alagoanas (a grande maioria dos comentários iracundos, esclareço, não chega aos leitores – também me preocupo com a sua saúde).

É impressionante a disposição dessa turma, tanto quanto verdadeira - pelo menos no mundo virtual.

Lula alcançou um tamanho político na história brasileira que poucos líderes no país atingiram. Talvez apenas Getúlio Vargas, que presidiu o Brasil por mais de 17 anos (incluindo a ditadura do Estado Novo, que não foi “ditabranda”). O popular “pai dos pobres” também foi alvo de amores e de ódios, na mesma proporção.

Isso não acontece impunemente: mesmo sendo um democrata, o petista terminou ajudando a unir, ainda que involuntariamente, uma turma que vivia dispersa, mas que se encontrou nas redes e na fúria comum, para defender, tantas vezes, a volta da ditadura “em nome da liberdade”.

Entre o amor e o ódio, Lula viaja o país - e não pode ser ignorado.