O empresário Rafael Tenório, agora senador da República, vive o dilema enfrentado pela classe política na discussão sobre os preços dos combustíveis (e não apenas isso).

O tema econômico do momento, no Senado, é o projeto de lei complementar que estabelece o teto de 17% de cobrança de ICMS, pelos estados, no preço dos combustíveis e energia elétrica (cobrança de imposto no Brasil é sempre injusta com a maioria da população). 

O que diz ele sobre o PLC?

 - Ainda não decidi como votar. A matéria é muito delicada: se você vota a favor, compromete a arrecadação dos estados; se vota contra, você será visto como alguém que age contra o consumidor.

Lembro a ele que, embora todos nós reclamemos dos “políticos”, eles nem sempre têm vida fácil – eis o busílis.

O neosenador disse que está acompanhando, detidamente, a discussão entre os secretários de Fazenda e a própria comissão do Senado que analisa a matéria. Embora ele considere – como todos os cidadãos – a cobrança de impostos no Brasil “excessiva”, ele pondera sobre a perda de arrecadação dos estados imediata, caso o projeto seja aprovado:

- Ouvi do secretário Santoro, ontem, que Alagoas perderia R$ 1,6 bilhão com o corte no ICMS. Não é fácil lidar com isso. Mas nós pagamos demais, por exemplo, com o consumo de energia elétrica, sobre a qual ainda incide PIS e COFINS. O IPVA, por sua vez, é cobrado para investir na melhoria das estradas, e a gente sabe que não vai um real para isso.

O que ele procura, então?

“Uma saída que não seja apenas momentânea, para que lá em outubro não surja outra cobrança, um novo imposto, como sempre acontece no Brasil”.

E dai?

- Vamos ouvir bastante, e só depois decidir.

São os ossos do novo ofício.