Eu creio, por óbvio, que dificilmente a prefeitura de Maceió vai atender à Recomendação feita pelo Ministério Público Estadual - para que não realize o São João na cidade.

O argumento é lógico: a iniciativa não corresponde a uma ordem judicial– a palavra é clara: Recomendação – e só atinge o poder público municipal, mas não o Executivo Estadual.

Na sexta-feira, como anunciado pelo governador-tampão Paulo Dantas, que não foi “incomodado” pelo MPE, começa o São João do Milhão do governo de Alagoas.

Onde?!

Em Maceió, exatamente no Eustáquio Gomes.

O problema é: ou vale para os dois – prefeitura e governo – ou a festa nada modesta de Paulo Dantas será um argumento e tanto para que JHC não acate a Recomendação e se defenda, se preciso, de uma possível ação judicial. É uma questão de isonomia.

(Que fique claro: a gastança indevida - de prefeitura e governo - se dá com as atrações nacionais, que não têm qualquer relação com as festas juninas. Cachês de R$ 700 mil a R$ 800 mil são incompatíveis com as nossas possibilidades, principalmente num momento como o que atravessamos agora. É possível, sim, mesmo por esses tempos, fazer uma festa de qualidade e atraente - até para os turistas - com os artistas regionais. Rasgar dinheiro é coisa de novo rico.) 

Em tempo

O PGR Márcio Roberto criou uma comissão no MP para decidir o que fazer no caso do governo do Estado.

Lembrando que as promotoras que encaminharam o documento à prefeitura de Maceió, que agiram com sensatez e coragem, atuam em promotorias exclusivas da capital.

(E só para lembrar: em 2017, o então prefeito Rui Palmeira cancelou os festejos juninos em decorrência das chuvas.)