Durante o evento de entrega do trecho da BR-101, em São Miguel dos Campos, o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal, Arthur Lira (Progressistas), partiu para o ataque ao senador Renan Calheiros (MDB). 

Sem citar nomes, mas deixando claro a quem se referia, Lira chamou o emedebista de “cachorro sem dente, que se aproveita da miséria do povo”. 

Não é segredo que, nos últimos tempos, Lira e Calheiros passaram a trocar farpas e xingamentos por conta do momento eleitoral que, mais uma vez, os coloca em palanques distintos. 

De um lado, o senador Renan Calheiros é apoiador da candidatura ao governo do Estado do “tampão” Paulo Dantas (MDB), além da candidatura do ex-governador Renan Filho (MDB) ao Senado Federal. Do outro lado, Lira é o principal apoiador da candidatura do senador Rodrigo Cunha (União Brasil) ao Executivo estadual. 

Além disso, Lira apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Enquanto Renan Calheiros, é o homem de confiança do ex-presidente Lula (PT) em Alagoas. 

Na manhã de hoje, ao aproveitar um evento de entrega de obra do governo federal, Arthur Lira saiu em defesa de Bolsonaro e aproveitou para atacar o principal rival no tabuleiro do xadrez político alagoano. 

O presidente da Câmara dos Deputados defendeu o governo federal no caso dos compactadores de lixo. A acusação é de que os veículos compactadores tenham sido comprados, pela União, com pagamentos inflados. Se há denúncia, que se investigue. Se houver culpado, que seja punido. Simples assim, com qualquer caso!

De acordo com Lira, as compras foram feitas com total lisura e que quem menos poderia falar sobre o assunto é Renan Calheiros, pois o governo estadual emedebista “comprou 159 da mesma marca por R$ 9 milhões a mais. Ele teria economia do R$ 9 milhões caso tivesse aderido a compra por meio do governo federal”. 

Lira aproveitou o assunto para acusar a gestão estadual emedebista – tanto a passada, como a de agora – de não ter transparência e não reconhecer o trabalho desenvolvido pelo governo federal. “São ações importantes para Alagoas, que envolvem também a participação da bancada, dos senadores que produzem, mas há o que fala e não produz nada. Alagoas tem tido a atenção do governo federal”, colocou Lira, referindo-se a Renan Calheiros. 

Arthur Lira citou como exemplo as obras do Canal do Sertão, a recuperação de rodovias e os investimentos em habitação por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional. 

“O que vem mantendo os municípios são as emendas de parlamentares de custeio para atenção básica, dispensadas pelo governo federal. Temos hoje a maior transferência de recursos da História do Brasil. É preciso colocar os pingos nos is, pois foram anos de preocupação com a pandemia, problemas inflacionários mundiais, com guerra, que traz dificuldades. Então, é preciso começarmos um debate claro: o governo (de Alagoas) precisa ter sensibilidade com o excesso de arrecadação nas costas de contribuinte. Não existe um Estado cobrar 30% de impostos em serviços essenciais. Não podemos prejudicar estados e municípios. O governo federal foi o vetor para trazer recursos e fortalecer municípios. Não pode é o Estado (de Alagoas) se arvorar no bolso do contribuinte”, finalizou. 

O presidente da Câmara dos Deputados ainda voltou a acusar o governo de Renan Filho de ter embolsado R$ 1 bilhão com a concessão do saneamento, que – na visão de Lira – deveria ir para os cofres dos municípios da região metropolitana. 

Esse tem sido o tom das declarações dos “caciques” tanto de um lado quanto do outro. Nessa briga, caros (as) leitores (as), que envolvem os que se creem os maiores do xadrez político alagoano, não é de se descartar que um tenha razão naquilo que diz sobre o outro.