Deputado Lobão é recebido com desdém e admiração por seus pares da Assembleia
Para boa parte dos deputados estaduais, ainda eles que não admitam publicamente, o novo colega de plenário é alvo de desdém e, sim, até de algum deboche – de “riso de mofa”, diria o saudoso Sandoval Caju.
Claro, me refiro ao deputado Lobão, que tomou posse na Assembleia após a eleição de Paulo Dantas para o governo-tampão.
Sem carregar um sobrenome tradicional na política alagoana, mantendo o mesmo tipo humilde, cabelos longos e vocabulário simples, o que o levou até a ser o vereador mais votado de Maceió, o deputado Lobão chegou à Casa de Tavares Bastos com ideias próprias e a “cara do povão - "mais do que qualquer outro parlamentar”, na definição sensível de um dos seus poucos colegas que lhe dedicaram a atenção que ele merece.
E por que, então, ele não repetiu a façanha eleitoral de 2016?
Há várias explicações, mas é possível, sim, entender a reação do eleitorado. De um personagem como ele, “sem parentes importantes” e sem grife no cartório, sempre se exige mais quando alcançam o proscênio ou estão sob os holofotes.
Não se tem com gente assim, tão igual ao que somos quando nos enxergamos, a mesma paciência dedicada a lideranças políticas tradicionais, mais bem aquinhoadas.
Mas ele, Lobão, pelo menos pode bater no peito e dizer: os votos que teve como vereador e deputado não saíram de redutos mantidos pela força da grana ou da máquina pública e/ou privada - lhe foram dados espontaneamente.
Isso não é pouco num estado em que os clãs se reproduzem sempre no poder e não dão espaço para lideranças que surjam “do lado de fora”.
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