Com a expectativa para a eleição do governo-tampão, o nome do ex-vereador Anivaldo Luiz da Silva (MDB), mais conhecido como “Lobão”, voltou a circular no cenário da política alagoana. O político é suplente para assumir uma vaga no Legislativo e, caso Paulo Dantas seja eleito, assumirá o mandato de deputado estadual.
Ao Cada Minuto, Lobão falou sobre suas expectativas para assumir o cargo como parlamentar, seu histórico político e a possibilidade de recuperar o eleitorado. Ele também conta sobre as ações que tem realizado após deixar a Câmara dos Vereadores e indica seu posicionamento para as eleições de 2022.
Com a eleição para o governo-tampão, seu nome tem voltado ao cenário político. Como você vem acompanhando essa movimentação?
Com expectativa e uma vontade gigante de ter a possibilidade de voltar a servir com mais condições ao nosso povo. Quando era vereador, em um ano e meio, nós realizamos tudo que prometemos. Depois desse período, fiquei mantendo isso e abraçando novos desafios. Agora, a gente tem um programa de trabalho montado para, uma vez assumindo a suplência de deputado estadual, trabalhar nesse curto tempo para executar essa programação.
Você espera recuperar o seu eleitorado com essa possível volta para a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE)?
A gente não quer perder o eleitorado nunca, mas o povo é soberano e, de repente, as pessoas querem testar novos nomes. Vivemos em uma democracia que proporciona isso. O meu eleitorado, se tiver de voltar para mim, será fruto do nosso trabalho, os projetos que vamos apresentar, um programa a ser seguido. Mas espero recuperá-lo.
Por exemplo, consegui perder voto até realizando coisas. Passei sete anos trabalhando para organizar os pontos da Rua do Comércio, no Centro, que era uma bagunça. Eu defendia um ponto por linha e formação de filas. Quando consegui convencer a SMTT de colocar em prática, após longo debate e de certo mal estar com a então gestão municipal, conseguimos a implantação. Porém, isso chegou em plena pandemia, onde a quantidade de linhas e ônibus disponíveis foram reduzidas. Então, imagine, vinte e um bairros organizados na fila, mas esperando o ônibus a quase duas horas.
Então, “ô Lobão, eu tô aqui na sua fila, agradeço, mas tô aqui há duas horas em pé, né?’. Aquele lado positivo de organizar as filas foi desfeito pela falta de ônibus, então com isso eu perdi o voto. Perdemos voto realizando. Uma coisa não tinha relação com nosso trabalho.
Mas o cidadão, depois de um dia de trabalho, passar duas horas no ponto esperando, desanima com a organização da fila.
Sempre me foquei em realizar coisas para ter de volta o nosso eleitorado. Agora, independente de eleitorado ou não, eu sempre trabalharei em benefício da da coletividade e sei que a gente realizando, como é o nosso foco, nunca consegue agradar todo mundo, mas o nosso foco sempre será esse: realizar em prol da produtividade. Se quem gosta do nosso trabalho, quiser nos confiar novamente o seu voto, a gente reverte em ações para o coletivo.
Após deixar a Câmera dos Vereadores de Maceió, o que você tem feito?
Tenho atuado como fazia antes de ter um mandato. Requerendo e seguindo no que estava ao meu alcance, ajudando as pessoas. Eu não deixei de doar cadeiras de rodas, não deixei de ir em pontos críticos e fazer um apelo para que órgãos competentes, seja ele estadual ou municipal, atendessem a população. Não deixei de trabalhar. Claro, não com a mesma estrutura. Era com a estrutura do pós-mandato, com minhas limitações, mas com o mesmo compromisso. É tudo que era possível e estava ao meu alcance.
Sobre seu possível retorno como parlamentar, o que os alagoanos podem esperar de você como deputado estadual?
Esperem de mim o mesmo Lobão inquieto, mas agora mais experiente e entendendo melhor quem é quem na política alagoana. Eu não sou mais de primeira viagem e a gente já sabe em quem confiar. É muito importante saber que você vai procurar tal pessoa e que aquela autoridade poderá lhe atender ou quem vai te enrolar e não tirar do papel aquele projeto.
Então, assim, a gente volta mais amadurecido e com histórico de realização, pois, como disse anteriormente, nós realizamos tudo que apresentamos. Se hoje Maceió tem um castramóvel funcionando é porque anos atrás tivemos essa ideia e requeremos. Coloquei emenda, mas por incompetência da prefeitura, aquele recurso não foi aprovado.
Se hoje está sendo feita uma ciclovia na Avenida Fernandes Lima é por um requerimento meu de 2017. Se tem banheiro na praia é porque, em 2014, a gente defendeu isso e fizemos campanha para a vinda do banheiro público no centro de Maceió e nas praias.
Você pretende se candidatar nas eleições deste ano?
Eu sempre digo isso e falo do fundo do meu coração, o único meio de eu ser útil à coletividade é através da política. Então estarei sempre me candidatando, defendendo projetos e bandeiras que possam beneficiar a população.
Se eu não tivesse sido candidato, não teria conseguido, por exemplo, colocar tendas grandes na feira da Praça Miranda. Quando eu me candidatei passei a valer 2115 votos e consegui autorização para colocar as tendas. Antes disso, como um cidadão que não tinha representatividade eleitoral, eu não conseguia. Mas depois me filiei a um partido e iniciei como candidato, foi possível conseguir coisas básicas.
Mas o desafio é tremendo, Maceió é uma cidade desafiadora, cheia de coisas para resolver com muitas autoridades que não tem compromisso com o povo. Então o único meio assim de poder somar força com a população é através da política e, por isso, vou estar sempre me candidatando.
Você citou que Maceió ainda tem problemas e questões que precisam ser resolvidas. Qual a principal área que destacaria?
Olha, a gente tem falhas em várias áreas. Por exemplo, no trânsito, na acessibilidade que é inexistente. Temos uma coleta seletiva de resíduo que é de “faz de contas”. Eu defendo a coleta em cem por cento. O nosso sonho é inverter e a regra se tornar a coleta seletiva, através de campanhas educativas e incentivar a população a fazer a separação. De repente comprando, porque tem quem que irá ganhar revendendo.
Defendo a reconstrução do Mercado da Produção, que é uma vergonha nacional. Nosso mercado público está obsoleto, atrasado, sujo, com um banheiro carecendo de melhorias. Você vê na cidade sendo erguido atacarejos, atacadões e hipermercados com estrutura moderna, prática e rápida. Para o município e o estado só basta realmente vontade política, porque o recurso tem.
Nossas feiras também não são cobertas ou em um galpão. Uma vez, eu comprei as tendas por conta própria e cobri a feira da praça Guedes Miranda, da Praça dos Palmares e o hortifrúti no Centro. Não cobri outra porque eu não pude custear. A gente cobre uma feira pra ver se o Poder Executivo. vê ali uma ideia e repete, coloca em prática.
Eu defendo que as escolas tenham ar condicionado. Coloquei emenda para aquisição das placas fotovoltaicas para manter o funcionamento do ar condicionado e outros equipamentos, sem aumentar a conta da da energia da escola.
Além disso, tem um outro projeto que defendo, que é simples, para construir o local de trabalho dos guarda-vidas nas praias. Também faço campanha estadual de castração de cães e gatos e a construção de um hospital público veterinário. Defendo a implantação da CNH gratuita para a população de baixa renda, porque isso gera uma qualificação.
Como sou de Maceió, eu conheço os problemas da capital. Se eu vier a assumir o mandato de deputado estadual, terei um estado para defender e, por isso, quero circular o estado e fazer o que estiver ao meu alcance.
Como você analisa a política alagoana em 2022?
Eu farei parte do processo e tenho um lado definido. Faço parte do MDB e vou apoiar a eleição do deputado Paulo Dantas para o governo. Ele é experiente e já foi prefeito de uma cidade do interior, um deputado atuante a gente tem uma boa relação, estou no grupo dele, eu sou suplente dele, inclusive.
Estou em aliança também com o Marcelo Victor, que também é do meu partido. A gente tem um programa de trabalho a ser seguido, que seria manter o que foi possível ser realizado de positivo no governo Renan Filho e realizar o que não pôde ser feito, conseguir tirar do papel e realizar.
Vejo que vai ser uma eleição desafiadora e já está sendo a partir desse atual momento com a judicialização da eleição indireta. Mas faz parte do jogo político e acompanho com expectativa e estarei ativamente participando do processo.
Você vai aguardar o posicionamento do MDB para apoiar um candidato à presidência ou já tem uma posição?
O Brasil já experimentou um período com o presidente Lula e, hoje, vivencia um momento com o atual presidente. Então, agora temos a gasolina na casa dos 7 reais, o gás na casa dos 115, os alimentos mais caros. Eu, particularmente, lhe sou sincero, prefiro experimentar o Brasil sendo conduzido por uma pessoa que já trabalhou pelo país e que já proporcionou Pronatec, Prouni e outros programas sociais, que tem o respeito da comunidade internacional. Então eu acho que eu já consigo dizer o lado que a gente vai, né? Independente de qualquer coisa.
*Estagiária sob supervisão da editoria