“Subordinado de Lira” e “fantoche dos Calheiros”: a briga que o silencioso Rui Palmeira assiste de camarote

06/05/2022 12:33 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar

 

 

Li, na manhã de hoje, em alguns sites, que o deputado estadual Bruno Toledo (MDB) classificou o senador e pré-candidato ao governo do Estado de Alagoas, Rodrigo Cunha (MDB), de “subordinado” do deputado federal Arthur Lira (Progressistas). 

 

Toledo critica a posição de Cunha em relação à eleição indireta para o governo tampão de Alagoas, já que o senador questionou o processo, o voto aberto e a escolha de vice e governador feito de formas separadas. 

 

Bruno Toledo afirma, com todas as letras, que os posicionamentos de Rodrigo Cunha são derivados de Arthur Lira. Com o primeiro sendo subordinado ao segundo, o senador só estaria externando aquilo que Lira mandou. 

 

Então, ficamos assim: como Bruno Toledo se tornou um “porta-voz” de um bloco do parlamento cuja maioria é do MDB, é possível inferir que os emedebistas ligados ao ex-governador Renan Calheiros posicionam Rodrigo Cunha como alguém manipulado – no processo eleitoral – pelo cacique Arthur Lira. 

 

Agora, lembremos – caros leitores – que o senador Rodrigo Cunha, nas primeiras críticas ao processo da eleição indireta, chamou o deputado estadual e também pré-candidato ao governo, Paulo Dantas (MDB), de “fantoche” do senador Renan Calheiros (MDB). 

 

Cunha se refere ao processo que levou Dantas à condição de candidato, sendo inicialmente construído dentro da Assembleia Legislativa e depois abraçado pelo ninho calheirista.

 

Em resumo: para os emedebistas, Rodrigo Cunha é o avatar de Lira. Para os do grupo de Arthur Lira, Paulo Dantas é o avatar dos Calheiros. 

 

Com essa briga tão inflamada, esses dois grupos políticos concederam ao ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD), que também está de olho no Executivo estadual, a possibilidade de assistir o embate de camarote. 

 

Enquanto os outros brigam, com a possibilidade, inclusive, de ambos os lados terem razão, Palmeira articula uma terceira via, se aproxima do deputado estadual Antônio Albuquerque (Republicanos), poderá abrir até espaço para o senador Fernando Collor de Mello (PTB) em sua chapa.

 

Rui Palmeira se preserva do desgaste ocupando a segunda posição das pesquisas registradas de intenção de votos, como se observou na divulgada mais recentemente. O silêncio de Palmeira virou uma estratégia entre os falantes. 

 

Afinal, tudo que o ex-prefeito quer agora é que seus concorrentes tenham razão sobre o que falam uns dos outros. “Desta forma, que eles se desgastem”, poderia dizer Rui Palmeira. Ao que tudo indica, entre o “subordinado” e o “fantoche”, Rui Palmeira agradece e muito o fato de não ser lembrado agora!

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