A demora para que o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decida sobre a constitucionalidade ou não do edital para eleição criou uma situação atípica em Alagoas. Enquanto o imbróglio jurídico não é decidido, o governador provisório segue sob o comando do presidente do TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas), Klever Loureiro.
O assunto foi tema de reportagem do jornalista Carlos Madeiro, publicada no UOL nesta sexta-feira (06).
O repórter lembra que a situação gerou tensão entre políticos e os poderes, resultando na ausência de sessões no plenário da Assembleia Legislativa e na demissão do secretário da Fazenda, George Santoro.
Nome forte do governo, Santoro e sua equipe direta foram demitidos sob a alegação, dita pelo governador em exercício, que o ex-secretário da Fazenda estaria “semeando o caos”.
Santoro teria afirmado, segundo bastidores, que o atraso na eleição estava gerando risco de caos administrativo. Isso teria sido a gota d´água para Loureiro, que garantiu que o estado seguirá com todos os serviços normalizados enquanto estiver à frente do cargo.
Enquanto isso, a ALE segue sob tensão e sob paralisia, já que a Casa não registrou quórum para realização de sessão em nenhum dia dessa semana e até o site da instituição deixou de ser atualizado.
De um lado, um grupo acusa a oposição de tentar tumultuar e adiar um processo democrático de eleição.
Do outro lado, oposicionistas alegam não serem contrários ao pleito, mas as inconstitucionalidades contidas nele, e acusam a ALE de fazer “greve” e dificultar o governo de Klever Loureiro.
Em briga de elefantes, quem sofre é a grama.