De forma direta: a tal "anormalidade institucional" significa que maioria dos deputados não reconhece legitimidade do governo de Loureiro

06/05/2022 18:28 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Essa discussão a respeito da normalidade institucional em Alagoas por conta da não realização da eleição indireta para governador tampão dentro do prazo de 30 dias pode ser resumida em uma frase que, até o presente momento, não houve deputado estadual com coragem o suficiente para dizer. 

 

Em breve deve aparecer alguém que afirme isso com todas as letras.

 

O resumo é o seguinte: a maioria dos parlamentares, que optaram por um acordo para a não realização das sessões ordinárias do Legislativo enquanto não ocorrer a eleição indireta (que foi suspensa por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux), acredita que o governo interino de Klever Loureiro não tem legitimidade.

 

Daí, não há sessão para apreciar pautas que são de interesse do Executivo, como foi o pedido de remanejamento feito pelo governador Klever Loureiro. Simples assim!

 

Independente do que os deputados estaduais do bloco da maioria – em especial os do MDB – pensam de Loureiro (pois a questão não é pessoal), o recado é o seguinte: o Legislativo não reconhece a existência do Executivo e parou tudo a espera de uma eleição que deve conduzir o deputado estadual Paulo Dantas ao comando do Palácio República dos Palmares.

 

Na minoria, até agora composta por Jó Pereira e Davi Maia, estão aqueles que acreditam que esse papo de “anormalidade institucional” é balela (a expressão é minha!) e que os poderes constituídos devem funcionar normalmente até que a Justiça resolva a situação do processo eleitoral indireto que vai ocorrer na Casa de Tavares Bastos.

 

Traduzindo em miúdos: para uns deputados, Loureiro é tem legitimidade como governador! Para outros, não! Os do segundo grupo formam a maioria e são os eleitores de Paulo Dantas. Lógico, a ideia é culpar o grupo político do deputado federal Arthur Lira (Progressistas) por uma Alagoas sem governo. Do outro lado, a estratégia vai ser culpar o grupo de Renan Filho por paralisar o Estado por meio da Assembleia. 

 

Aí o (a) leitor (a) poderá escolher quem tem razão ou compreender que tudo isso é uma disputa de poder na qual Alagoas passa a ser secundária.

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