Afundamento de solo atinge Lagoa Mundaú: “O pescador não vive sem o meio ambiente”, diz Fepeal

30/04/2022 08:00 - Maceió
Por Rebecca Moura*
Image

Cerca de onze mil pessoas dependem da pesca na Lagoa Mundaú para a sobrevivência. No entanto, pescadores da região relatam escassez de peixes e moluscos, comprometimento de reprodução de espécies e prejuízos aos manguezais.

A presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Alagoas (Fepeal), Maria Aparecida da Silva, é a entrevistada do Cada Minuto neste sábado (30). Segundo ela, a situação acontece devido ao afundamento de solo que atinge cinco bairros de Maceió.

Confira a entrevista abaixo:

CM: Qual o impacto do afundamento do solo para os pescadores da Lagoa Mundaú?

MA: O afundamento do solo que atinge Maceió é desastroso, são pessoas que dependem da pesca, são mais de 11 mil pessoas que sobrevivem dos ribeirinhos na região. Para os pescadores e para quem vive da pesca é uma perda muito grande, já que os peixes das espécies mais pescadas são escassos e não têm a mesma quantidade de antes. Para gente essa situação do afundamento no manguezal é nova, até hoje não temos mais conhecimento sobre o caso. Não sabemos qual a profundidade que afundou, só sabemos que tem áreas demarcadas com boias e o pescador não pode entrar nessa área.

CM: Como avalia a relevância da pesca para o meio ambiente?

MA: De suma importância. Sem o meio ambiente os pescadores vão pescar onde? O pescador não existe sem o meio ambiente, ele não vive. Para os pescadores o mar é importante porque está conectado à lagoa trazendo as espécies para desova no manguezal como a carapeba, tainha, curimã, bagre e o camarão barba roxa.

CM: De quais formas a pandemia da covid-19 afetou a pesca no local?

MA: A pandemia afetou a vida de todo mundo. A dos pescadores ainda foi mais agravante. Não tinha quem comprasse peixe e ninguém queria sair na rua para pescar. Se a gente faltar à pesca, Alagoas fica sem sururu, maçunim, camarão, peixe de todas espécies todo mundo, seria o caos social em Alagoas porque somos produtores de alimentos.

CM: Como o poder público deve agir para a solução dos problemas na região?

MA: Precisamos ter diálogo para ver o que podemos fazer e buscar soluções. Nós já fizemos uma moção e vai ser entregue na Assembleia Legislativa e para a própria a Braskem. Precisamos ter uma conversa e chegar em soluções para a pesca.

*Estagiária sob supervisão  

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..