A campanha eleitoral, de todos os lados, está nas ruas – só não vê quem não quer, seja por conveniência ou por achar que não tem nada a ver com isso.

E se o tema ainda não chegou à superfície, é só uma questão de tempo para que se iniciem os protestos de alguns candidatos, que haverão de se considerar prejudicados por decisões judiciais. 

Reclamar da arbitragem é normal, principalmente quando o time não vai bem em campo. Mas não é só isso.

O caso de Luciano Barbosa é o mais emblemático da última campanha eleitoral: o atual prefeito de Arapiraca não ganhou uma sequer na Justiça Eleitora em Alagoas, e só conseguiu garantir sua candidatura, na última hora, em Brasília.

Há de se registrar que não é problema de agora, mas historicamente, até pela composição com “desembargadores” nomeados por indicação dos políticos poderosos do momento, há sempre uma – digamos - simpatia maior por algum candidato majoritário.

Lembro-me das longas conversas que tive com o desembargador Hélio Cabral, que presidiu o TRE na maculada eleição de 1990, quando o hoje senador Calheiros perdeu (?) para Geraldo Bulhões (o candidato do então presidente Collor). 

O magistrado, com sutileza e alguma irritação, contava da dificuldade de lidar com alguns dos seus pares - e olha que ele contava no pleno, então, com o brilhante juiz federal Paulo Roberto de Oliveira Lima (hoje desembargador do TRF da 5ª Região).

Não podemos nos esquecer de que Alagoas é uma província, condição que ainda vai demorar muito para ser superada. A justiça é feita pelos homens, com suas vulnerabilidades e afeições – mesmo que momentâneas.

Por enquanto, bons escritórios em Brasília podem ajudar a equilibrar o jogo.