O desembargador Klever Loureiro, governador interino, mostrou que não está alheio à movimentação político-eleitoral em Alagoas e praticou um ato de “gentileza” para com o futuro tampão, Paulo Dantas.
O que fez o desembargador?
O que Dantas faria, obrigatoriamente, depois que assumisse o comando do Palácio República dos Palmares: enviou para a Assembleia Legislativa o pedido de aumento de remanejamento do orçamente de 2022 – de 10%, o que foi sancionado em janeiro, para mais 30%.
Este montante – os 40% - estava previsto no projeto de lei orçamentária, mas os deputados, para terem Renan Filho “na mão” cortaram para os 10% aprovados (era um nó no ex, se ficasse) - no final de dezembro do ano passado.
Até porque os projetos de lei orçamentária são peças ficcionais, embasadas em expectativas, que sempre se alteram ao longo do ano.
Como o ex-governador renunciou ao cargo – era só a previsão, confirmada depois -, a turma comandada por Marcelo Victor fatalmente iria aumentar a autorização do remanejamento, o que a mensagem de Loureiro antecipou (ufa!).
Seria um ótimo discurso para a oposição.
Mas ao fim e ao cabo, o governador interino – por gentileza, imagino - resolveu dar uma mãozinha. Ainda que os deputados sejam obrigados a confessar que erraram ou que era manobra a redução no remanejamento, Dantas não terá que passar pelo vexame de ser ele a fazer o pedido.
Melhor para o futuro tampão.
(Espera-se que ele agradeça a Loureiro.)
Em tempo
Eu conversei com um assessor do governador interino. Ele me disse que o pedido do aumento do remanejamento foi feito a Loureiro pela Fazenda, “preventivamente”.
Com um detalhe: não está faltando previsão orçamentária para pagar as contas de agora, e o pedido poderia esperar pelo futuro inquilino do Palácio República dos Palmares. Mas o gesto político do magistrado tem um olho no futuro.