Na campanha eleitoral de 2010, Téo Vilela e Collor participavam de um debate de candidatos a governador na TV Pajuçara.
No intervalo entre os blocos, o ex-presidente se dirigiu ao tucano:
- Téo, você está batendo muito em mim.
- Mas você disse num comício que eu era o pior bandido de Alagoas.
- Então diga que sou eu, e está tudo certo.
Não se espante: com eles - os profissionais do ramo - é assim: um vale-tudo que não vale nada.
Assim também é com os dois senadores de agora. Collor e Renan Calheiros, ex-aliados locais e nacionais, se afastaram durante o processo de impeachment do ex-presidente, mas desde que Collor voltou ao poder, em Brasília, elle e Renan Calheiros retomaram a velha “amizade”.
Tudo bem: você sabe que é pura ironia, já que neste meio ninguém é ou será amigo de ninguém – nunca. Eis uma das poucas verdades consagradas e confirmadas da atividade política.
Mas, fato concreto, Collor e Renan vivem uma relação cordial e profissional que só conhece e exercita com destreza quem é do meio.
Durante os dois mandatos do Filho, Collor bateu sem pena no governo - sem que o senador Renan reagisse. Tudo entendido e compreendido, entre os dois senadores, como parte do que precisavam fazer – apenas isso.
É bem verdade que o ex-governador chegou a agredir verbalmente o jornalista Arnaldo Ferreira, funcionário das empresas de Collor (e nunca pediu desculpa da ação pouco corajosa, usando um eufemismo), mas não foi capaz de se dirigir de forma ríspida ao ex-presidente nas muitas vezes em que se encontraram.
Os dois senadores se pautam pelas regras não escritas da sua atividade profissional. E assim viverão em paz até o final dos dias.
Um não dirá um ai do outro – e nem ui.