O ex-presidente Lula virou “cabo eleitoral”, ainda que involuntário, de políticos tradicionais e notoriamente conservadores, como Marcelo Victor e Paulo Dantas.

Bolsonaro, por sua vez, é o guia do eleitorado do senador Fernando Collor, que espera que o atual presidente transfira seu eleitorado para ele.

E o outro lado das duas moedas: quem entre os políticos locais transfere votos para Lula e Bolsonaro?

Vejamos: os dois mencionados lá em cima, seguramente, não darão ao petista um único voto daqueles que podem considerar seus de verdade (?).

Nem mesmo o senador Renan Calheiros e o ex-governador Renan Filho têm um eleitorado cativo, de opinião, para oferecer a Lula.

Talvez só mesmo os candidatos do próprio PT, até pela abordagem do corpo a corpo, consigam dar votos ao ex-presidente.

Por outro lado, o eleitorado de Collor, que guarda semelhanças com os bolsonaristas – são fãs dos seus ídolos – não transferem essa idolatria apenas por um uma palavra de ordem.

Aliás, eu nunca cri nesse tipo de transferência de voto. Agregar o nome de um candidato a um líder popular – ou populista – serve para a propaganda geral, para dar “volume”, mas não para dar voto.

Em resumo: nos casos citados, de Lula e Bolsonaro, essa é uma via de uma só mão – “de lá para cá”. 

Eles terão aqui os votos que teriam mesmo sem seus aliados em Alagoas.