A anestesista e médica esteticista Carla Nascimento, 42, se divide entre anestesiar pacientes em um hospital no meio da Amazônia e anestesiar o saco escrotal de homens que chegam ao seu consultório em um bairro nobre de São Paulo.

Eles a procuram porque estão insatisfeitos com a aparência deste órgão esquecido pelos manuais de beleza. Se a fixação masculina pelo pênis é notória, a bolsa escrotal sempre foi uma espécie de cotovelo dos órgãos genitais: ignorado, escanteado, indigno de preocupações estéticas.

Não mais. Há cerca de dois anos, a médica carioca começou a realizar um procedimento conhecido na Europa e nos Estados Unidos: o "scrotox", ou a aplicação de toxina botulínica no saco escrotal.

O objetivo é deixar o órgão menos enrugado e, se possível, aumentá-lo de tamanho. Um vídeo despretensioso sobre o procedimento postado por Carla em seu perfil no Instagram, no dia 10 de março, teve grande repercussão, com cerca de 3.000 visualizações e 900 compartilhamentos.

"Nunca imaginei que fosse repercutir assim", diz ao TAB. "Nem fui eu quem escolhi o conteúdo. Abrimos uma caixinha de perguntas e um paciente quis saber sobre o scrotox. Dei tão pouca importância que nem assisti ao vídeo. Aí virou uma loucura, recebi ligações e mensagens do Brasil inteiro", conta Carla.

Nos comentários do vídeo, dúvidas sobre a possibilidade de que o scrotox cause infertilidade no homem (não causa, segundo Carla), vivas para o fato de os homens estarem se cuidando mais, esclarecimentos da médica ("alisamento, só do saco escrotal. As bolas já são e continuam lisas") e gente duvidando de que os europeus sejam fãs do procedimento. "Pessoal não faz as unhas e sequer arruma os dentes? Duvido que cuide da bolsa escrotal."