Após pescadores e marisqueiras, que moram no Flexal de Baixo, no bairro de Bebedouro, em Maceió, usarem as redes sociais, neste domingo (13), para denunciar uma grande quantidade de peixes mortos às margens da laguna Mundaú., técnicos do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) coletaram amostras de água em três pontos da Laguna Mundaú, para averiguar as causas das mortes dos peixes, que ainda são desconhecidas.
Conforme os moradores, uma mancha de óleo apareceu no local e eles consideram ter sido a causa da mortandade. A situação foi comunicada ao professor Emerson Soares, coordenador do Laboratório de Aquicultura (Laqua) e pesquisador da qualidade da água e da Ecotoxicologia Aquática.
O professor Emerson convidou outros pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para auxiliar nesta investigação. São os integrantes do Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos (Lassop), coordenado pelos professores João Inácio Soletti e Sandra Helena Carvalho; e o Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica (LInQA), coordenado pelo professor Josué Carinhanha. Esses pesquisadores já atuaram juntos na força-tarefa que investigou o derramamento de óleo no litoral nordestino, em 2019.
Ainda no domingo, Emerson Soares foi à orla lagunar para coletar amostras da água e foi surpreendido com a proibição de seguranças da empresa Braskem. “Eles impediram o acesso à laguna, mesmo quando me identifiquei como pesquisador. Não pude rastrear em pontos mais próximos à localização da base da empresa. Precisei solicitar a presença da Polícia Militar para me deslocar pela área. Fico profundamente contrariado com essa situação, porque a laguna Mundaú não é uma propriedade privada”, reclamou o professor.
Com as amostras que conseguiu levar para o laboratório, o professor já iniciou algumas análises na manhã desta segunda-feira (14), dos parâmetros físico-químicos e de alguns metais. “Ainda vamos aprofundar as investigações nos três laboratórios, e vamos analisar também os peixes. A princípio, não parece ser um problema de matéria orgânica acumulada na laguna. a hipótese é que seja realmente algum produto lançado nas águas. Mas só poderemos confirmar com mais alguns testes e em breve estaremos divulgando os laudos”, avisou o pesquisador.
*Com Ufal