União Brasil, PSDB e MDB discutem federação: mais um problema para Rodrigo Cunha em AL

16/02/2022 12:38 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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O recém-criado União Brasil, que em Alagoas é comandado pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, o deputado estadual Marcelo Victor, já discute  - no campo nacional  - a possível federação com o PSDB e com o MDB. O problema é conciliar os interesses locais, como no Estado, por exemplo.

Os três dirigentes das legendas, Luciano Bívar, Bruno Araújo e Baleia Rossi, se reuniram em Brasília, no dia de ontem, 15, para discutir a formação da aliança com duração de quatro anos. Caso se concretize, há reflexos nas composições locais que devem seguir a federação. 

Isso pode mudar os planos de Marcelo Victor em relação às proporcionais, já que o União Brasil se preparava para ser a maior bancada do parlamento estadual em 2023. 

As portas do União Brasil estavam abertas para pelo menos 16 deputados estaduais com mandatos, dentre os quais o parlamentar Bruno Toledo (União Brasil), que foi o primeiro a migrar e deixar o PROS. Os cálculos agora passam a ser outros. 

Na majoritária, entretanto, o cálculo fisiológico de Marcelo Victor é até ajudado, já que o candidato ao governo do Estado que vem sendo fabricado por ele e pelo grupo de deputados que o acompanha é o parlamentar Paulo Dantas (MDB). 

É válido ressaltar, entretanto, que dentro do MDB também há o prefeito do Pilar, Renato Filho, que tem pretensões de disputar o Executivo estadual. 

 

Rodrigo Cunha

Agora, o cenário nacional pode preocupar bem mais o senador Rodrigo Cunha (PSDB) que vem afirmando que é candidato ao governo de “qualquer jeito”. 

Cunha – em tese – faz parte de um grupo político que inclui o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB). O partido de JHC também discute a possibilidade de federação com o PT e outras legendas. Além disso, o prefeito nunca externou que Rodrigo Cunha seja o seu candidato ao governo.

O silêncio de JHC em relação ao assunto é de se questionar, já que o prefeito e Cunha possuem uma aliança eleitoral que vem desde a época em que o tucano foi eleito senador e JHC renovou seu mandato de deputado federal. Na sequência, ao se candidatar à Prefeitura de Maceió e sair vitorioso, o atual prefeito teve o apoio de Rodrigo Cunha e – segundo bastidores – havia o acordo de JHC apoiá-lo na disputa pelo Executivo estadual.

JHC não dá sinais de que deve cumprir o acordo. Rodrigo Cunha tem sentido isso e, nos bastidores, já informou que sua candidatura independe de JHC e tem buscado outras alianças, como por exemplo, ter ao seu lado – no papel de vice, na chapa majoritária – a deputada estadual Jó Pereira, que deixaria o MDB do governador Renan Filho.

A possibilidade de federação passa a ser mais uma pedra no sapato de Rodrigo Cunha, já que seu partido se aproximaria do MDB, que é a sigla de seus maiores rivais: o governador Renan Filho e o senador Renan Calheiros.

Rodrigo Cunha tem a possibilidade de deixar o PSDB. A questão, entretanto, é: sair para onde? O PSB de JHC não é confiável pelos motivos já expostos aqui. Além disso, ser candidato por lá, é ser candidato aliado ao PT. Ora, ninguém é mais aliado de Lula (PT) em Alagoas que Renan Filho e Renan Calheiros. 

Para quem queria estar longe da polarização, no cenário local, eis uma péssima notícia…

 

Nacional

Na esfera nacional, o encontro ocorrido ontem foi o primeiro entre União Brasil, PSDB e MDB para tratar de federações. A conversa – conforme os dirigentes Luciano Bívar (União Brasil), Bruno Araújo (PSDB) e Baleia Rossi (MDB) – não tem ainda caráter definitivo, mas os partidos demonstraram disposição na construção de uma aliança. 

Araújo avaliou o diálogo do trio como “um passo de maturidade relevante”. Bívar disse que seria uma “melhor solução para o país e uma força democrática”. Todavia, os três dirigentes reconhecem que as maiores dificuldades são construções de acordos entre os partidos nos estados e municípios. Alagoas é um desses casos. 

O compromisso dos dirigentes é definir até a primeira quinzena de março os pontos considerados cruciais para saber se há a possibilidade ou não da junção das siglas. 

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