O secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, nos últimos tempos, tem assumido uma postura de ferrenha crítica à gestão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PSB). De forma quase que rotineira, Santoro tem apontado o que considera problemas do atual Executivo municipal.

Não é segredo que JHC e o governador Renan Filho (MDB) estão em grupos políticos opostos e até já trocaram farpas na internet. Isso por si só já posiciona Santoro no tabuleiro. Logo, o secretário – que sempre teve uma postura mais técnica – tem reverberado cada vez mais um discurso político. 

Pontuo isso independente da razão guardada nas afirmações que Santoro faz, pois muitas críticas dele à gestão municipal fazem sim sentido. É inegável. Há pontuações pertinentes sim!

Porém, mesmo com sentido e pertinência, é natural que se indague a motivação destas, uma vez que – nos bastidores – já se comenta a possibilidade de um dos nomes do quadro técnico do governo estadual postular um cargo eletivo... pelo MDB, inclusive. 

Isso faz com que Santoro cobre de si mesmo um envolvimento maior nas pautas políticas, sobretudo naquelas que agradam aos caciques emedebistas de Alagoas? Aí, só o secretário pode responder. 

JHC e o governo federal viraram pontos recorrentes nas críticas do secretário da Fazenda. Em uma das mais recentes postagens, no dia 5 deste mês, George Santoro cobrou do prefeito de Maceió a publicação dos resultados fiscais de 2021, cujo prazo – ainda conforme o secretário estadual – havia expirado. 

“Curioso para ver como estão as contas da Prefeitura. Aliás, a transparência é muito importante para a população acompanhar a sua gestão fora do Instagram”, escreve Santoro. 

Se de fato JHC perdeu o prazo, merece e deve sim ser cobrado. Mas isso não descarta as reflexões e motivações políticas sobre a cobrança, repito!

Em outra postagem, Santoro indaga aos internautas “o que está havendo com Maceió” e, diante das respostas, volta a endurecer o discurso e destaca a ausência de obras relevantes por parte do Executivo municipal, faz críticas à engenharia de trânsito, fala ausência de planejamento diante do crescimento urbano, diz que fala conhecimento ao gestor da SMTT e por aí vai...