Com uma Lei Municipal que foi aprovada em 2017, os donos de Food Truck espalhados por Maceió vivem um novo dilema com a atualização da norma municipal que prevê algumas mudanças sobre o funcionamento do tipo de negócio. Entre as principais delas, está a remoção diária do veículo do ponto de comercialização.
De acordo com o presidente da Associação dos Food-Trucks,Tiago Pontes, o segmento cresceu, em especial durante a pandemia por conta do desemprego. Ao mesmo tempo passou também a ser gerador de oportunidade e renda. Diante desta realidade, o que se quer é articular uma forma adequada que garanta o funcionamento dentro da lei destes espaços.
"O que queremos é trabalhar com tranquilidade porque hoje temos uma incerteza muito grande quanto ao nosso futuro. Mas precisamos que a lei esteja em vigor para que possamos trabalhar com segurança. Em relação a questão do distanciamento dos pontos fixos (restaurantes) é maior que do que existe em São Paulo, por exemplo. Eu preciso lembrar que o desemprego muito grande. Muita gente com dificuldade financeira sem pagar aluguel residencial. Não podemos dificultar para quem quer trabalhar Defendemos também os food Park. Está na hora do município discutir isso também" falou Tiago.
Os proprietários alegam que se sentem desamparados juridicamente com risco de terem os equipamentos apreendidos ou lacrados. "Ninguém merece sair de casa com a incerteza de funcionar porque não tínhamos nem registro para conseguir energia regularizada. Temendo se estaria cortado. Todos nós precisamos trabalhar. Vendo hambürguer há quatro anos. Precisamos aprimorar a lei porque atual não nos ajudou porque prevê a colocação e retirada do carro todos os dias. E isso é inviável", disse Luiz Antônio.
Já Cláudio Ramos, lembrou que a atual legislação, mesmo estando defasada atendeu a uma necessidade da época em que foi aprovada. Entretanto, por conta da evolução do setor novas necessidades surgiram e por isso precisa ser atualizada.
"Toda lei é fruto do seu tempo. Naquele ano em que a lei foi aprovada ela era necessária. Atendeu a necessidade naquele período. Hoje temos uma outra realidade. Como temos os apps de transporte e até de aluguel, além dos hotéis. Os trucks vem nessa linha. Antes só tínhamos o restaurante para comer e hoje não, temos essas alternativas. Quem é dono de bar e restaurante não precisa ficar preocupado porque há rodízio de clientes. O cliente não come sempre no mesmo lugar. Viemos para transformar e ajudar também no movimento dos bares e restaurantes, justificou Cláudio.
Quanto a preocupação dos empresários que têm restaurantes na região onde estão instalados, os donos de food-trucks dizem que não há concorrência com seus respectivos clientes. Isto porque acabam fornecendo produtos diferenciados, com preços menores que os cobrados nesses estabelecimentos e que se caracterizam por serem lanches rápidos.
"O tipo de produto que comercializamos não tem nada parecido com os restaurantes. Não concorremos com eles. É um outro público que nos procura. São pessoas que querem fazer um lanche rápido. Nossa presença ali na Ferinha ajudou até a acabar com o ponto de droga e melhorar a segurança. Por isso, não entendo esse sentimento de perseguição. Não adianta pensar em colocar os pontos em locais que não têm movimento", explicou Paulo.