A vacinação para crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19 começou dia 17 de janeiro. No entanto, o índice de vacinação ainda é baixo. O crescimento, no entanto, ainda é lento por conta de muitas dúvidas e informações falsas que circulam em redes sociais. 

O médico Renee Oliveira, infectologista do PAM Salgadinho explicou alguns dos principais questionamentos sobre os imunizantes infantis contra a covid-19.

O especialista enfatiza que "as vacinas passaram pelas fases de estudos - fase 1, 2 e 3 - e a fase 3 foi a que determinou que as vacinas eram funcionais realmente"

Segundo o médico, a vacina não gera infecção ou sequela na criança. De acordo com ele, existem duas vacinas liberadas para o público infantil: a Coronavac para crianças acima de seis anos, e a Pfizer pediátrica, para o público acima de cinco anos de idade. 

“A Coronavac é o vírus inativado, ele está morto, ou seja, vai fazer com que o organismo o reconheça e produza anticorpos, que é o mecanismo de defesa. A Pfizer tem uma tecnologia nova, mas muito bem estudada, de RNA mensageiro, que contém a informação para a produção de uma proteína específica, que seria a Spike do vírus da covid-19. Esse RNA mensageiro vai fazer com que a célula da criança produza a proteína e isso fará com que o organismo a reconheça como algo estranho e produza anticorpos contra ela. Então, tanto a Coronavac como a Pfizer não produzirão nenhuma infecção na criança ou deixarão sequela”, explicou.

Sobre algumas informações de que crianças estão tendo convulsão após a vacina, o médico disse que isso não procede. 

“Não existe nenhum registro a respeito dessa situação. Não é algo que compõe, grosso modo, o rol de situações adversas provocadas pelas vacinas. Isso pode acontecer, por vários motivos. Na maioria das vezes, não terá nenhuma relação com a vacina, mas é algo muito raro e não temos nenhuma notícia de que isso esteja acontecendo nesse período em que os imunizantes da Pfizer e da Coronavac foram liberados para crianças. Não existe nada que comprove uma relação direta entre as vacinas e quadros de convulsão”, comentou.

Renee também reforça que a vacina não está na fase experimental. “Essa é uma pergunta recorrente, mas com qual base eu não sei. As vacinas passaram pelas fases de estudos - fase 1, 2 e 3 - e a fase 3 foi a que determinou que as vacinas eram funcionais realmente. Agora estamos na fase quatro. O que isso significa? A aplicação dessas vacinas “na vida real”, como chamamos. Já são 11 bilhões de doses de vacinas aplicadas no mundo todo, tanto da Coronavac como a da Pfizer compõem esse universo, e o número de eventos adversos é muito pequeno comparado ao total e, menos ainda, adversos graves. Não se pode, no momento atual, diante desse uso praticamente rotineiro de aplicação das vacinas, falar que estão em fase experimental”.

*com Secom Maceió