O presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), o médico Marcos Holanda, confirmou ao Cada Minuto nesta sexta-feira (04) que será feita uma reunião para decidir qual atitude tomar referente ao diretor do sindicato, Alex Lins Barbosa, que atirou contra manifestantes na Avenida da Paz, em Maceió. O jornalista e blogueiro Célio Gomes teve acesso ao Termo de Interrogatório do médico. O acusado pagou uma fiança de R$ 3.636,00 e foi liberado na manhã da quarta-feira.

De acordo com o presidente do sindicato, os membros vão aguardar o pedido de afastamento do diretor Alex Lins, mas caso isso não aconteça, uma reunião será realizada na próxima semana. “Estamos aguardando, apesar de ter agido como pessoa e responsável pelos seus atos", disse.

Segundo Marcos Holanda, na reunião, o médico será ouvido. “E vamos aguardar a decisão da diretoria”. 

O caso

Ele foi preso horas depois do episódio envolvendo um protesto de sindicalistas e entidades ligadas a trabalhadores rurais e movimentos sem-terra. O motorista tentou furar o bloqueio na Avenida da Paz, no Centro, jogando o carro que dirigia contra os manifestantes. Em seguida, disparou na direção do grupo, ferindo duas pessoas.

Em depoimento durante a madrugada ao delegado Gilson Rêgo, ele contou sua versão e negou os disparos contra as pessoas. Disse que voltava de Arapiraca no fim da tarde de terça, quando se deparou com “um protesto de representantes do Movimento Sem Terra”. 

Ainda segundo o Termo de Interrogatório, ao qual tive acesso, seu veículo, um Ford Ranger, teria sido atacado quando ele tentou passar pela barreira. No depoimento, ele diz: Um dos manifestantes abriu a porta do carro e atirou uma pedra. Com medo, continua o depoimento, o médico efetuou três ou quatro disparos para o alto, no intuito apenas de dispersar os manifestantes.

Ao ser preso, escondido num hotel no bairro de Mangabeiras, o acusado estava com uma pistola Taurus do calibre 9mm carregada e uma quantidade extra de munição. Ele apresentou o porte de arma e, além disso, tem carteira de atirador profissional.

A reportagem tentou contato com o médico Alex, mas o telefone encontra-se desligado. O espaço está aberto para qualquer manifestação por parte dele.